Em decisão da 3ª Vara Federal de Caxias do Sul, o ICMBio, que é responsável pela floresta, teve atendido pedido para reintegração de posse. Os índios foram notificados a desocupar a área. O prazo para a saída encerrava à meia-noite da quarta-feira passada (15), mas o grupo pretendia ficar até que um estudo antropológico fosse realizado. Conforme Maurício Salvador, uma das lideranças indígenas, o grupo vai desocupar a área, mas não vai deixar Canela. “Não sabemos para onde vamos ir. O grupo decidiu que não irá sair do município”, diz.
O principal argumento dos índios para ocupar a Floresta Nacional é que a área foi ocupada por seus ancestrais. O grupo descende do cacique Zílio Salvador, que faleceu em agosto de 2017. Os líderes indígenas explicam que permanecer na área é um antigo pleito do cacique e alegam que existem indícios arqueológicos que comprovam que a área foi habitada por caingangues no passado. Eles apresentam peças de argila esculpidas artesanalmente e apontam para a existência de cavernas em meio a mata, que eram morada de seus antepassados. “Não vamos desistir dos nossos direitos. Queremos o estudo para mostrar que a terra sempre foi nossa”, afirma Salvador.
Halder Ramos