Baixou mais um pouco nesta quarta-feira o rio dos Sinos na região da Praia de Paquetá, bairro Mato Grande, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. Porém a situação ainda frustra moradores, que precisam andar a pé por dez minutos, em alguns casos, para chegar aos ônibus que deixaram de circular na estrada da Prainha. A baixa do fluxo faz com que mais alguns já consigam entrar nas residências sem o auxílio de barcos.
“Moro aqui há 40 anos, e já vi enchentes maiores. Há seis anos não acontecia um alagamento assim. Mas sempre que ocorre, a gente tem dificuldades”, avaliou a aposentada Clair Lima Paim, 65 anos. Ela disse ter ouvido de outros vizinhos que a Defesa Civil Municipal teria estado no local no dia anterior. “Aqui é uma área muito tranquila, boa de se morar, mas o maior problema é mesmo a água. Quando sobe, alaga tudo aqui”, afirmou ela.
O recuo do Sinos já permite ver o final da via, onde a rua faz um contorno, e onde os moradores afirmam ser o final da única linha de ônibus que circula na região. A medição mais recente fornecida pelo Escritório de Resiliência Climática de Canoas (Eclima/Defesa Civil) afirmava que o rio estava em 1,85 metro na praia na última segunda-feira. Apesar da baixa, algumas placas e estruturas ainda estão parcialmente embaixo d’água.
A Sogal, empresa que administra o transporte coletivo em Canoas, confirmou hoje que a única linha afetada é a Paquetá/Mato Grande/Centro, que tem 33 horários ao longo do dia, sendo 17 no sentido bairro-Centro e 16 no sentido inverso. A ouvidoria da companhia disse que aguardam “segunda ordem” por parte da Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade (SMTM) para a normalização do percurso. Já a SMTM, por meio da Diretoria de Transportes, disse ter entrado em contato com a Sogal para verificar a normalização do serviço.
A pasta afirmou ter sido comunicada de que o ônibus corre o risco de atolar, em razão das condições do terreno. “Portanto, o ônibus está circulando somente até o fim do trecho de asfalto. Ainda segundo a empresa, assim que as condições da estrada melhorarem será possível entrar no local”, disse a secretaria, em nota. A Prefeitura de Canoas também ressaltou que, no último sábado, a Defesa Civil Municipal entregou 1.830 peças de roupas, 88 pares de calçados, 61 cestas de alimentos, 61 caixas de leite e 26 pacotes de fraldas, itens que beneficiam 61 famílias carentes da região.
Felipe Faleiro