Depois de oito anos, em setembro deste ano, as comportas do Guaíba foram fechadas pela primeira vez devido aos elevados índices de chuva que atingiram o Rio Grande do Sul e refletiram diretamente no nível do Guaíba.
A cota de inundação no Cais Mauá é estabelecida em 3 metros. Em novembro, o Guaíba alcançou a marca de 3,45 metros, sendo a maior desde maio de 1941.
Um dos primeiros portões a serem fechados e reforçados com sacos de areia foi o número 3, situado em frente ao Tribunal de Contas, no Centro da capital. Mesmo após três meses, ainda é possível presenciar os sacos de areia colocados para fazer a contenção das águas na extensão do muro da Mauá.
Das 14 comportas existentes em Porto Alegre, oito foram fechadas durante o período das chuvas. Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) já liberou o acesso as outras sete comportas. Seis estão fechadas permanentemente.
O DMAE adquiriu aproximadamente 22 mil sacos de areia, pesando 20 quilos cada, para lidar com as cheias entre setembro e novembro de 2023.
O órgão esclarece que “após a abertura dos portões, os sacos foram retirados e armazenados nos pavilhões do Cais, exceto os que foram colocados no portão 3, pois ele é permanentemente fechado e não houve a necessidade de remanejo. Como a previsão climática para o mês de fevereiro indica grande volume de chuvas, os sacos permanecerão no local até o fim do El Niño”.
De acordo com a Metsul Meteorologia, o fenômeno El Niño deverá influenciar o clima em grande parte do primeiro semestre de 2024. Mesmo com um enfraquecimento em janeiro e fevereiro, o fenômeno ainda pode gerar reflexos na chuva e na temperatura durante o mês de outono. Um estado de neutralidade, sem El Niño ou La Niña, está previsto para ocorrer na segunda metade do outono e o começo do inverno de 2024.
Paula Maia