Os sacos de areia que estão em frente a comporta 3, no Cais Mauá, próximo a avenida Padre Tomé, no Centro Histórico de Porto Alegre, como reforço no bloqueio do local, permanecerão ali até o nível do Guaíba atingir 1,50 metro, segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Considerando as marcas aferidas pela Agência Nacional de Águas (ANA), tal nível do principal curso d’água da Capital não é atingido desde o último dia 4 de setembro.
Afora as seis comportas fechadas permanentemente, esta, próxima à sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), é a única ainda cerrada em razão das enchentes de setembro e outubro, enquanto as demais já estão reabertas. Em setembro, o Dmae adquiriu de maneira emergencial 12,7 mil sacos de 20 quilos, ao custo de R$ 5,50 cada. Ou seja, o total investido foi de R$ 69.850, para uso do material no sistema de proteção contra cheias na avenida Mauá.
O órgão afirma que a compra foi necessária pois o estoque próprio foi insuficiente para a contenção fina nas 14 comportas. Em setembro, foram usados em torno de 9 mil sacos, e atualmente, segundo o Dmae, o cenário é de “precaução”. O órgão garante haver saldo remanescente de material para atender a demanda imediata neste período de El Niño, se houver necessidade. Após a reabertura dos portões, a maior parte do material foi estocada no Cais e nas dependências do Dmae.
Há quase um mês, no dia 27 de setembro, o Guaíba atingiu o máximo de 3,18 metros, de acordo com as medições da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), inundando o Cais e grande parte da orla. Tal nível foi o maior desde a enchente de 1941, esta considerada a maior de todos os tempos na Capital. Desde então, o nível tem oscilado de forma consistente para baixo, permanecendo nesta semana próximo à faixa de dois metros.
Felipe Faleiro