Encerrou no início da noite desta sexta-feira, o trabalho do Instituto Geral de Perícias (IGP) e da Defesa Civil no que restou do prédio da Pousada Garoa, onde 10 pessoas morreram e 15 ficaram feridas durante incêndio registrado na madrugada.
De acordo o IGP, os peritos retornam ao local na manhã de sábado para dar continuidade às apurações que buscam identificar as causas e circunstâncias do ocorrido. O incidente iniciou por volta das 2h e atingiu a estrutura localizada na avenida Farrapos, bairro Floresta, em Porto Alegre.
Como os serviços continuam no final de semana, a área também permanecerá isolada. Durante a noite, guarnições da Brigada Militar (BM), ficarão responsáveis pelo isolamento. Além do próprio prédio, o acesso ao passeio público em todo o perímetro da pousada pode ser acessado somente pelas forças policiais, já que o prédio ainda deverá passar por análise estrutural, devido ao risco de desabamento.
A situação também impacta no tráfego de veículos na avenida, que está com duas pistas fechados. Orientado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o trânsito ocorre somente na faixa azul do transporte coletivo que, por conta da situação, foi liberada para todos os veículos. A curiosidade dos motoristas, que reduzem a velocidade para visualizar os escombros, também aumenta a lentidão.
Equipamentos tecnológicos auxiliam peritos
Entregues recentemente pelo governo do Estado, os novos equipamentos tecnológicos adquiridos para o IGP auxiliam o trabalho dos peritos. Em destaque estão dois: scanners 3D que são usados na pousada e o DNA RapidHIT, que consegue obter perfis de DNA em 90 minutos.
Com os scanners, os técnicos do IGP conseguem fazer um mapeamento de todo o prédio atingido pelo incêndio. Ele usa uma luz laser para escanear o local e criar uma reconstituição em 3D do ambiente. Com isso, é possível estabelecer uma preservação da cena para perícias de engenharia e reproduções simuladas de fatos.
Já o equipamento RapidHIT, conforme o IGP, será utilizado nas identificações para confirmações dos perfis genéticos obtidos pela extração convencional e para processamento das amostras coletadas dos familiares. Até a última atualização divulgada pelo órgão, cinco pessoas já haviam sido identificadas e outros cinco corpos ainda aguardavam no Departamento Médico Legal (DML).
Entretanto, para que ocorra a identificação, são necessárias amostras que comprovem o vínculo familiar. Conforme o IGP, dependendo do tipo de vínculo, mais de um tipo de análise precisa ser realizada. Por isso, o pedido é para que familiares de pessoas que estavam no local e ainda não foram identificadas compareçam para coleta no IGP, para possibilitar a agilizar o trabalho.
Para estes familiares, a orientação é de que, durante a noite e final de semana, procurem pelo Departamento Médico Legal, na avenida Ipiranga, 1807. A partir da manhã de segunda-feira, podem ir até sede do IGP, no Centro Regional de Excelência em Perícias Criminais do Sul (CREPECSUL), na avenida Voluntários da Pátria, 1358.
Guilherme Sperafico