A Fecomércio-RS divulgou a edição de abril da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores gaúchos (Peic-RS). O índice de famílias endividadas registrou 91,9% em abril, menos que os 93,1% apurados em março. Em abril de 2022, entretanto, alcançava 96,5%. Entre as famílias pesquisadas, 25,1% se consideram “muito endividadas”, resultado superior aos 23,5% de abril do ano passado. O comprometimento de 27,4% da renda também está bem acima dos 20,1% de um ano antes.
No quesito específico sobre famílias com contas em atraso, a fatia ficou menor. Desacelerou de 41,4% em março para 40,5% em abril. Apesar do alívio de um mês a outro, o patamar ainda é alto se comparado aos 36,5% de abril de 2022, e segue indicando persistência das dificuldades de se manter as contas em dia, sobretudo para quem tem renda mais baixa. O indicador para famílias que ganham até 10 salários mínimos está em 47% em abril, menos que os 47,9% de março, mas superior aos 44,8% de abril do ano passado. Já nas famílias que ganham mais que 10 salários mínimos, a taxa está em 14,2% nesta leitura de abril, era de 15,1% em março e de 8,3% em abril de 2022.
“O cenário do crédito diante de juros altos e patamares elevados de inadimplência segue prescrevendo cautela. Com maior risco de não haver pagamento, a oferta de crédito fica mais restritiva e seletiva. Diante disso, se esforçar para pagar contas que atrasam e não perder o controle das dívidas é a forma de as famílias buscarem não perder seu acesso ao crédito, que muito provavelmente tem dado suporte a despesas correntes que não encontram espaço em orçamentos apertados”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Correio do Povo