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América Latina tem maior recuo do PIB em 120 anos, informa Cepal

Região fechou 2020 com queda de 7,7%

Entidade é presidida pela mexicana Alicia Bárcena | Foto: AFP / Reprodução / CP

A América Latina sofrerá em 2020 sua pior queda do PIB em 120 anos devido à pandemia do coronavírus, -7,7%. O valor das exportações da América Latina e Caribe em 2020 diminuiu 13% em relação ao ano anterior por influência da crise econômica gerada pela Covid-19, informou a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) nesta sexta-feira. Já as importações foram reduzidas em 20%. Os dados constam no relatório Perspectivas do Comércio Internacional da América Latina e do Caribe 2020.

No documento, a entidade analisa o comportamento do comércio exterior das economias da região durante o último ano, com os dados mais recentes disponíveis sobre o impacto da crise sanitária nos países do continente. "Talvez a economia que mais nos surpreendeu foi o Brasil, que teve uma recuperação melhor no segundo trimestre deste ano e, claro, todos eles, como já falamos, tiveram uma recuperação significativa entre o segundo e o terceiro trimestre", afirmou a mexica Alicia Bárcena, presidente da Cepal.

No entando, ela chamou atenção que isso não é suficiente para alavancar o índice reginonal. "Nos três primeiros trimestres, a América do Sul teve uma queda muito forte e por isso é uma das regiões que não atinge o maior crescimento: teve uma queda de -7,3%", informou. A maior contração das exportações em 2020 foi registrada nas destinadas à própria região (-24%), enquanto os embarques para os Estados Unidos e União Europeia registraram quedas de 14% e 13%, respectivamente. Exportações para a China cresceram 2%, em função do bom momento apresentado pelos embarques de agricultura, minerais e metais, principalmente da América do Sul.

 Tendo em vista que as exportações intra-regionais e para os Estados Unidos são compostas principalmente por manufaturados e as para a China correspondem principalmente a produtos básicos, o efeito líquido será uma intensificação da reprimarização da pauta de exportação da região. Por sub-região, a América Central teria o melhor desempenho. Isso se deve em grande parte ao fato de que o comércio entre os países, que representa cerca de 25% das exportações da sub-região, caiu menos do que o comércio dentro dos outros esquemas de integração sub-regional.

"Projeta-se ligeiro aumento nas exportações de produtos agropecuários (2%), além de retração nos embarques manufatura (-14%) e mineração e petróleo (-21%). As importações registraram quedas de dois dígitos em todos os itens. “Em suma, a evolução esperada do comércio exterior regional em 2020 aponta para perda de capacidade produtiva do setor industrial, associada à contração das exportações de manufaturados e das importações de bens de capital e insumos intermediários", diz a entidade, que também aponta que a a crise causada pela pandemia representará um ponto de inflexão para muitas cadeias de valor globais. Tudo isso porque alguns de seus fornecedores foram deixados de fora do mercado ou devido à realocação de alguns de seus componentes.

Crescimento em 2021

Para 2021, a entidade projeta um crescimento de 3,7%, o que no entanto "não será suficiente para recuperar os níveis de atividade econômica pré-pandêmica", o que se espera que aconteça apenas por volta do ano de 2024, explicou Alicia em entrevista coletiva virtual. “A dinâmica de crescimento em 2021 está sujeita a grandes incertezas relacionadas ao risco de surtos da pandemia, à agilidade para produzir e distribuir vacinas e à capacidade de manter estímulos fiscais e monetários para suportar a demanda agregada e a setores produtivos", explicou.

Da mesma forma, a recuperação das economias regionais será mais lenta do que o esperado. O crescimento projetado para 2021, de acordo com a Cepal, reflete essencialmente uma "recuperação estatística" após as quedas chocantes de 2020. Com efeito, estima-se que 3,1% da taxa de crescimento correspondam à "transição estatística", o que significa que o crescimento real projetado para o próximo ano é de apenas 0,6%.

Adicionalmente, considera-se que a taxa de 3,7% “só permitiria recuperar 44% da perda de PIB registada em 2020”, disse Alicia. Para o ano, a recuperação da economia da China, principal parceiro econômico da América Latina, será fundamental principalmente para os países produtores de matéria-prima. A Cepal também define como fundamental a manutenção dos auxílios estatais às famílias e empresas, gastos que permitiram mitigar a queda do PIB regional durante o segundo semestre deste ano.

"A resiliência será, então, um problema. Das principais preocupações logísticas que abrirão novas oportunidades para os fornecedores capazes de oferecer serviços diversificados, flexíveis e de alto nível. Num contexto global que se espera de maior regionalização da produção, menor cooperação multilateral e maior protecionismo, a integração regional deve desempenhar um papel fundamental nas estratégias de saída da crise na América Latina e no Caribe", lê-se no relatório.

 

Correio do Povo e AFP