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Avianca entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Grupo já não operava voos desde março, em grave crise, agravada pela Covid-19

| Foto: Juan Barreto / AFP / CP

Em meio a uma crise que se estende há mais de um ano e com o impacto da paralisação das atividades econômicas em decorrência da pandemia da Covid-19, a Avianca Holdings , a segunda maior companhia aérea da América Latina, entrou com pedido de recuperação judicial neste domingo. A empresa havia tentado, sem sucesso, uma ajuda financeira do governo da Colômbia. Em processo nos Estados Unidos, a companhia estimou sua dívida entre US $ 1 bilhão e US $ 10 bilhões.

Neste domingo, US$ 65 milhões em dívidas da empresa venciam. Analistas consideravam que a companhia não teria condições de pagar o valor. Dias atrás, a agência classificadora de risco S&P rebaixou a nota da Avianca para CCC-, ou risco substancial de inadimplência.  "A Avianca está enfrentando a crise mais desafiadora em seus cem anos de história", disse o presidente, Anko van der Werff, em comunicado à imprensa.

Uma das companhias aéreas mais antigas do mundo, a Avianca não realiza voos regulares de passageiros desde o fim de março. A maioria dos 20 mil funcionários já estava de férias não remunerada. Ainda em nota, a empresa informou que continua discutindo com governos a possibilidade de um apoio financeiro.  A companhia já havia entrado em recuperação judicial no início dos anos 2000, quando foi resgatada pelo boliviano Germán Efromovich , que, ao lado de seu irmão, José, também era dono da Avianca Brasil.

Sob o comando de Germán, a Avianca Holdings cresceu de forma agressiva e acumulou dívidas. Em maio do ano passado, Germán foi afastado da empresa pela United Airlines, apesar de continuar sendo o maior acionista. Isso foi possível porque a United havia feito, em 2018, um empréstimo de US$ 450 milhões para Efromovich que tinha como garantia as ações dele na Avianca. Quando, no primeiro trimestre de 2019, a empresa deu prejuízo de US$ 67,9 milhões e suas ações desvalorizaram, a United ganhou o direito de voto dos papéis de Efromovich no conselho de administração e decidiu por afastá-lo. 

Após retirar Germán do comando, a United fez novos aportes na empresa para tentar salvá-la. Roberto Kriete, presidente do conselho da Avianca, já havia dito, no ano passado, em uma reunião com funcionários que a companhia aérea estava "quebrada". Se a Avianca falir, a  Untied poderá perder até US$ 700 milhões. Também no ano passado, os irmãos Efromovich viram a Avianca Brasil entrar em crise.

A companhia aérea, que não fazia parte da holding e pagava royalties para usar a marca aqui, havia tentado crescer de forma agressiva e se endividado rapidamente, o que a levou a pedir recuperação judicial. José e Germán Efomovich já estiveram à frente de outros negócios que ruíram no Brasil, como os estaleiros Mauá e Eisa.
 

Estadão Conteúdo