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BC diz que crise hídrica e falta de insumos levaram inflação a 10,06%

Presidente da instituição, Roberto Campos Neto, divulga carta aberta para explicar estouro da meta ao ministro Paulo Guedes

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central | Foto: Pedro França / Agência Senado / CP

O Banco Central publicou na tarde desta terça-feira carta aberta ao presidente do CMN (Conselho Monetário Nacional), ministro da Economia, Paulo Guedes. O documento, assinado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, explica o motivo do descumprimento da meta de inflação registrada em 2021.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta terça-feira, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do ano passado ficou em 10,06%, superando a meta de inflação que era de 3,75% e o teto de tolerância, de 5,25%.

O presidente do BC cita na carta que os principais fatores que levaram a disparada da inflação foram os preços dos commodities, a crise hídrica, a falta de insumos e os gargalos da produção. Além disso, Campos Neto afirma que a instituição tem tomado todas as providências para que a inflação atinja as metas estabelecidas para 2022, 2023 e 2024.

"Os principais fatores que levaram a inflação em 2021 a ultrapassar o limite superior de tolerância foram os seguintes: forte elevação dos preços de bens transacionáveis em moeda local, em especial os preços de commodities; bandeira de energia elétrica de escassez hídrica; e desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais", afirma o documento.

Segundo o texto, "as pressões sobre os preços de commodities e nas cadeias produtivas globais refletem as mudanças no padrão de consumo causadas pela pandemia, com parcela proporcionalmente maior da demanda direcionada para bens e impulsionada por políticas expansionistas".

O presidente do BC explica ainda que esses desenvolvimentos, que ocorreram em nível global, "geraram excesso de demanda em relação à oferta de curto prazo de diversos bens, causando um desequilíbrio que, em diversos países e setores, foi exacerbado por falta de mão-de-obra, problemas logísticos e gargalos de produção. De fato, a aceleração significativa da inflação em 2021 para níveis superiores às metas foi um fenômeno global, atingindo a maioria dos países avançados e emergentes".

Para reverter esse quadro, a instituição diz que tem tomado providências para que a inflação atinja as metas estabelecidas pelo CMN, de 3,50% para 2022, 3,25% para 2023 e 3,00% para 2024. Com isso, a política monetária prevê novos ajustes na taxa básica de juros, a Selic, para assegurar a convergência da inflação para suas metas.

"Na sua última reunião, considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual, para 9,25%", afirma o documento.

O conselho é o órgão que define as metas de inflação e é composto ainda pelo presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto) e pelo secretário Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Pedro Colnago Junior.

R7