Sem existência física, o bitcoin lançado em 2009, apoia-se em um sistema de pagamento entre pessoas P2P baseado em uma tecnologia denominada "blockchain". Essa moeda virtual é comprada e vendida em plataformas específicas de Internet e não tem marco jurídico. Não é regido por um Banco Central, ou por um governo, mas por uma grande comunidade internacional, e é aceita em um número crescente de transações (restaurantes, setor imobiliário, etc.).
De uso polêmico, essa moeda levanta inúmeras críticas, em particular de instituições financeiras, como os bancos, e de governos, porque não podem controlá-la.
Alternativa ou golpe
"Isso é uma bolha, e tem muita espuma. Essa vai ser a maior bolha das nossas vidas", advertiu o gerente de "hedge fund" Mike Novogratz durante uma conferência de criptomoedas realizada na terça em Nova York. Em meados de setembro, o presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, afirmou que o bitcoin é uma "fraude" prestes a explodir. "É a própria definição de uma bolha", disse recentemente o diretor do Crédit Suisse Tidjane Thiam.
Os altos e baixos do bitcoin despertam o temor de uma explosão especulativa: em seu lançamento, em fevereiro de 2009, um bitcoin valia apenas alguns centavos de dólar. Em setembro, a China proibiu as transações com moedas criptografadas nas plataformas do país, afirmando que queria combater "atividades ilegais" e conter riscos potenciais para seu sistema financeiro.
A decisão chinesa desestabilizou momentaneamente o mercado, mas a cotação retomou rapidamente sua ascensão. Seus defensores afirmam que o bitcoin oferece uma alternativa segura às divisas tradicionais: a "blockchain" impediria que as transações sejam falsificadas porque, para modificar uma informação, seria preciso mudá-la simultaneamente entre todos os usuários.
Essa caraterística interessa muito ao setor bancário, onde a "blockchain" poderia abrir novos horizontes, simplificar as transações de títulos desmaterializados e reduzir custos. O americano CME, um dos maiores operadores financeiros do mundo, anunciou no final de outubro que vai oferecer produtos derivados que permitam especular com o bitcoin. Em Wall Street, o banco de negócios Goldman Sachs também contempla especular para seus clientes, declarou à AFP no início de outubro uma fonte próxima à entidade.
Seu concorrente JPMorgan Chase também se declarou "muito aberto" às criptomoedas "controladas e reguladas adequadamente".
AFP