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Verão

Especial

Bolsa estende série negativa e dólar vai a R$ 4,09

Após passar o dia de sexta-feira em queda, moeda americana virou e fechou em alta de 0,20%

Ibovespa terminou o dia em baixa de 0,38%, a 115.503,42 pontos | Foto: Marcos Santos / USP Imagens / Divulgação / CP

O Ibovespa parecia a caminho de interromper, nesta sexta-feira, uma sequência de perdas, em alta na maior parte da sessão, mas acabou cedendo terreno após as 16h, para estender a seis pregões a série negativa que interrompeu estreia fulminante no Ano Novo, quando superou pela primeira vez a marca de 118 mil pontos logo no pregão inicial de 2020, no dia 2.

O principal índice da B3 fechou nesta sexta-feira em baixa de 0,38%, a 115.503,42 pontos, agora negativo no mês (-0,12%), e com perda de 1,87% nesta primeira semana completa. Na mínima do dia, meia hora antes do fechamento, o Ibovespa chegou a perder os 115 mil pontos, a 114.952,34 pontos, tendo chegado aos 116.744,90 pontos na máxima da sessão. Em relação ao pico histórico de 118.573,10 pontos, do dia 2, o índice acumula agora perda de 2,58%. O giro financeiro de hoje totalizou R$ 19,7 bilhões.

A ponta curta da curva de juros sofreu um ajuste pontual, para cima, após leitura além do esperado para o IPCA de dezembro, que torna mais incerta a perspectiva para a reunião de fevereiro do Copom, sobre a qual já havia divisão do mercado quanto à probabilidade de corte adicional na taxa básica de juros, hoje em 4,50% ao ano - a simetria de posições, entre os que esperam ou não novo corte, ficou mais evidente após a nova leitura do IPCA.

Assim, as ações de bancos, com forte peso no Ibovespa, permaneceram entre as decepções deste início de ano, com a ON do Banco do Brasil em queda de 2,35%, a ordinária do Bradesco em baixa de 1,75% e a preferencial, de 1,82% no fechamento da sessão. O ajuste negativo do segmento, que vem de 2019, reflete uma variedade de fatores, como a queda de juros, o potencial de concorrência das fintechs e dos bancos digitais e mesmo as declarações de ontem à noite do presidente Jair Bolsonaro, de que a Caixa, ao cortar as taxas, pode induzir grau de concorrência maior no mercado de crédito.

"Continuamos a ver o cenário para inflação como benigno, com o movimento de dezembro ainda refletindo em boa parte o choque da carne, que não tende a alterar a perspectiva de longo prazo dos formuladores da política econômica", diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, casa que aguarda corte de 0,50 ponto porcentual na Selic, para 4%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, e projeta IPCA a 3,68% no fim de 2020, abaixo do centro da meta para este ano, de 4%.

No exterior, novos desdobramentos no campo geopolítico contribuíram para a cautela, especialmente após autoridades americanas terem indicado que, além da eliminação do general Qassim Suleimani na semana passada, houve ataque a outro comandante militar iraniano, Abdul Reza Shahlai, no Iêmen, em operação que teria falhado. Em outro desdobramento relevante, o Departamento de Estado dos EUA negou categoricamente o pedido do primeiro-ministro interino do Iraque, Abdul-Mahdi, para elaborar um roteiro para a retirada de tropas americanas.

No cenário externo, também não contribuiu nesta sessão a leitura abaixo do esperado para a geração de vagas de trabalho e para o crescimento da renda salarial nos EUA em dezembro, apesar do contraponto significativo, de que a taxa de desemprego segue na mínima de 50 anos no país.

No Termômetro Broadcast Bolsa, a perspectiva do mercado para as ações nos próximos dias é otimista. Entre 23 participantes, 60,87% acreditam que a semana que vem será de ganhos para o índice, enquanto apenas 8,70% esperam queda e, para 30,43%, o principal indicador da B3 fechará a próxima semana sem variação.

Após uma largada positiva no ano, com ingresso de recursos concentrado no dia 3, os investidores estrangeiros sacaram com intensidade recursos da Bolsa brasileira na terça e quarta-feira. Na terça-feira, os saques chegaram a R$ 1,706 bilhão e, na sessão de quarta, a R$ 1,616 bilhão. Assim, o saldo negativo de janeiro foi a R$ 3,065 bilhões, resultado de R$ 52,298 bilhões em compras e de R$ 55,364 bilhões em vendas de ações.

Dólar

Após passar quase toda a sexta-feira em queda, o dólar virou e fechou o dia em leve alta, de 0,20%, cotado em R$ 4,0934. Operadores relataram que houve um fluxo de compra no final da tarde, em momento que coincidiu com a virada do Ibovespa, que passou a cair, chegando a perder os 115 mil pontos. No exterior, o dia foi de queda da moeda americana, com a redução da tensão no Oriente Médio e a divulgação do relatório de emprego da economia americana com números abaixo do esperado. A expectativa agora é pela assinatura, no próximo dia 15 em Washington, do acordo comercial fase 1 entre China e EUA. No mercado futuro, o dólar para fevereiro terminou estável, em R$ 4,0980.

Na semana, o dólar acumulou alta de 0,93%, marcando a segunda semana consecutiva de valorização. Só nos primeiros dias de janeiro, a divisa dos Estados Unidos sobe 2,03%. O real, o peso chileno e o rand da África do Sul são as divisas que mais perdem valor neste começo do ano ante o dólar. O aumento da tensão no Oriente Médio foi um dos principais fatores para pressionar as divisas de emergentes.

Nesta sexta-feira, a divulgação do relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos com números mais fracos que o previsto ajudou a enfraquecer o dólar de forma generalizada no mercado financeiro internacional.

O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen, ressalta que o real operou em linha com outras moedas emergentes hoje, batendo mínimas quando o payroll foi divulgado, a R$ 4,06. A Casa Branca detalhou hoje novas sanções ao Irã. Ele ressalta, porém, que o mercado teve novo dia de liquidez reduzida. O volume no mercado futuro ficou na casa dos US$ 15 bilhões.

A principal expectativa para a próxima semana é a assinatura do acordo comercial fase 1 entre Estados Unidos e China. Os estrategistas de moedas do Bank of America Merrill Lynch observam que a assinatura remove importante fonte de incerteza para as moedas dos emergentes. As tensões entre as duas maiores economias do mundo foram o principal fator para enfraquecer as divisas destes países em 2019. Com o avanço das conversas, o BofA avalia que há espaço para a economia americana e mundial ganhar fôlego, o que pode beneficiar as moedas dos emergentes.

Para o real, o BofA projeta que há chance de a moeda cair abaixo de R$ 4,00 neste começo de ano e permanecer assim até o final de 2020. Para o final do primeiro trimestre, a previsão do banco americano é de dólar em R$ 3,96, caindo para R$ 3,87 ao final do primeiro semestre e a R$ 3,82 ao final do ano. Entre as razões do otimismo com o real é a expectativa do BofA de que o crescimento do Brasil vai se acelerar este ano.

Juros

O ritmo de alta dos juros mais curtos perdeu força ao longo da tarde desta sexta-feira com investidores digerindo o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro. A visão de parte de analistas é de que o choque de carnes ficou concentrado no mês passado, o que abriria espaço para que a inflação responder mais à atividade.

O que gera a discussão no mercado é justamente qual o ritmo que a economia vai ter de agora para frente. A divisão se reflete nas apostas para a Selic, que ficaram em 52% para manutenção e 48% para corte de 25 pontos-base. Na sessão estendida, contudo, a virada do dólar deu ímpeto às taxas em toda a curva.

Pesquisa relâmpago do Projeções Broadcast divulgada à tarde mostrou que apesar do resultado do IPCA de dezembro (1,15%) ter superado a mediana, a percepção do mercado é de que a inflação de 2020 voltará a ficar aquém do centro da meta (4,0%). O levantamento com 37 casas apontou mediana de 3,60%, com intervalo de 3,20% a 4,00%.

"Os núcleos, que mostram a tendência da inflação, continuam bem comportados, com variação ao redor de 2,5%. Esperamos já em janeiro dissipação de parte importante do choque altista de carnes, sem sinais de contágio dos núcleos, reforçando a ancoragem da inflação", disseram analistas do Bradesco, ao projetar IPCA em 3,60% em 2020.

De certa forma, esta percepção foi sentida no mercado de juros ao longo do dia. Depois da máxima em 4,500%, o DI para janeiro de 2021 foi perdendo força até fechar a sessão regular em 4,470%, de 4,455% do ajuste de ontem. A estendida ficou em 4,490%.

Por sua vez, a do DI para janeiro de 2023 foi de 5,670% para 5,680% (regular) e 5,700% (estendida). O janeiro de 2025 se manteve em 6,380% na regular e subiu para 6,390% na estendida. Já o janeiro de 2027 saiu de 6,730% para 6,740% (regular) e 6,750% (estendida).

AE