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Verão

Especial

Bolsa fecha em alta e dólar vai a R$ 4,18

Em dia de poucos negócios, a moeda americana voltou a subir, terminando em alta de 0,58%

Perto do fechamento Ibovespa sobe, em um novo recorde histórico | Foto: Marcello Casal jr / Agência Brasil / CP

Sem a referência de Nova York no feriado de Martin Luther King, o Ibovespa parecia a caminho de fechar perto da estabilidade, no nível de 118 mil pontos, contido mais uma vez pelo segmento de bancos. Próximo ao fechamento, contudo, o principal índice da B3 acentuou os ganhos e encerrou a primeira sessão da semana em alta de 0,32%, a 118.861,63 pontos, na máxima do dia e em novo recorde histórico. Durante a sessão, o Ibovespa foi a 117.927,53 pontos na mínima. No encerramento, superou a máxima histórica anterior, de 118.573,10, que coincidiu com o fechamento do último dia 2. No ano, o Ibovespa acumula agora alta de 2,78%.

Em dia de volume financeiro condicionado pelo vencimento de opções sobre ações, o giro totalizou R$ 28,5 bilhões. O vencimento de opções movimentou R$ 12,693 bilhões nesta segunda-feira, 20, segundo informações da B3. Foram R$ 9,911 bilhões em opções de compra e R$ 2,781 bilhões em opções de venda.

A progressão do Ibovespa rumo a novos níveis históricos continua a depender do engajamento do investidor doméstico: o saldo estrangeiro em janeiro está negativo em R$ 6,579 bilhões, resultado de R$ 109,559 bilhões em compras e de R$ 116,138 bilhões em vendas, de acordo com os mais recentes dados disponíveis, até o dia 16, quinta-feira.

Nesta segunda-feira, 20, o Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação de Bradesco PN para neutra e cortou o preço-alvo da ação para R$ 39, enquanto a referência de preço para o Santander Brasil (com recomendação neutra) caiu para R$ 46. A instituição também alterou a recomendação para Itaú Unibanco a "underperform", com preço-alvo reduzido a R$ 34.

Os analistas do BofA Merrill Lynch - Mario Pierry, Giovanna Rosa e Ernesto Gabilondo - apontam que dois fatores exógenos contribuem para expectativas baixas para o setor bancário no Brasil: o aumento de cinco pontos porcentuais na Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e os limites para os juros do cheque especial que, de acordo com a instituição, devem diminuir em 3% o lucro dos bancos brasileiros neste ano.

Nesta sessão, a ação ON do Banco do Brasil fechou em baixa de 0,64%, a ON do Bradesco cedeu 1,55% e a PN, 1,95%, enquanto Itaú Unibanco perdeu 2,03% - a segunda maior queda do dia no Ibovespa, superada apenas por Cielo - e a unit do Santander caiu 0,48%. No ano, BB acumula perda de 5,72%, Bradesco ON, de 2,92%, e PN, de 3,86%, ItaúUnibanco, de 7,70%, e Santander, de 3,23%. No lado oposto, destaque para as ações de varejo, em particular Magazine Luiza (+3,04%), o sexto melhor desempenho na sessão entre as componentes do Ibovespa. Desempenho positivo também para os carros-chefes Vale (+0,63%) e Petrobras (+0,41% na ON e +0,50% na PN).

O setor bancário está ingressando em cenário desafiador, de juros em queda sustentada, movimento que afeta as margens das instituições e os ganhos em operações de tesouraria. Tal conjuntura tem como pano de fundo uma transformação estrutural de longo prazo, no âmbito de iniciativas oficiais para aumentar o grau de competição, especialmente por meio de fintechs e bancos digitais. "A permissão do pagamento de títulos públicos por fintechs tem efeito direto sobre grandes bancos, especialmente Itaú e Bradesco, mais expostos a isso", diz Renato Chain, estrategista da Arazul.

Dólar

Em dia de poucos negócios, por causa do feriado nos Estados Unidos, o dólar voltou a subir, com os investidores na expectativa pelos eventos dos próximos dias, que têm como um dos principais o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que terá a presença de Donald Trump e do ministro da Economia, Paulo Guedes. O real começou a semana com o pior desempenho ante o dólar em uma cesta de 34 divisas. No mercado à vista, a moeda americana subiu 0,58%, terminando o dia em R$ 4,1887.

Operadores e profissionais das mesas de câmbio voltaram a falar hoje que, pelos fundamentos macroeconômicos do Brasil, não há motivos para a moeda americana estar perto dos R$ 4,20. Para os traders, o nível mais condizente seria o dólar na casa dos R$ 4,05/4,10.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, a expectativa por Davos é ver o que Paulo Guedes vai falar da agenda de reformas e da questão política. O ministro, diz ela, precisa passar ao investidor estrangeiro alguma confiança no avanço da agenda para tentar trazer de volta o capital externo, em um momento que o diferencial de juros do Brasil com o resto do mundo já está muito estreito.

A economista observa que um dos fatores que pressionaram o dólar é justamente a saída de investidores estrangeiros do Brasil. Somente na B3, o saldo de janeiro está negativo em R$ 6,579 bilhões até o último dia 16.

Operadores ressaltaram que também ecoaram no mercado de câmbio hoje declarações de Guedes durante o final de semana. O ministro repetiu o que havia dito na reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em outubro que, com juro baixo, o Brasil terá que conviver com um dólar mais alto. A afirmação ocorre justamente em um momento que o mercado discute se vai haver novo corte de juros na reunião de fevereiro do Banco Central, observa um gestor.

Caso não haja corte de juros em fevereiro, o movimento será positivo para o real, na avaliação dos estrategistas do grupo financeiro holandês ING. "Em grande parte, as saídas de capital foram resultado de mudanças radicais na economia local na medida em que se ajustam a taxas de juros locais baixas", observa o economista-chefe para América Latina, Gustavo Rangel, em relatório. O ING vê o dólar em média em R$ 4,15 nos próximos 30 dias, R$ 4,10 nos próximos três meses e R$ 4,00 nos próximos seis meses. "O desempenho do real nas últimas semanas representa a maior frustração entre as moedas da América Latina".

Juros

Em dia de liquidez bastante limitada, os juros futuros fecharam perto da estabilidade, à medida que os investidores aguardam os dados de inflação que serão conhecidos ao longo da semana. A alta do dólar ante o real impulsionou marginalmente a curva no trecho mais longo. O mercado observou ainda as projeções de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020, que tiveram ajuste de baixa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 terminou a sessão regular e a estendida em 4,420%, mesma taxa do ajuste de sexta-feira, 17. O janeiro 2025 foi de 6,380% para 6,390% (regular) e voltou a 6,380% (estendida). E o janeiro 2027 passou de 6,750% para 6,770% (regular) e 6,780% (estendida, na máxima).
O DI para janeiro de 2023 recuou de 5,670% para 5,660% (regular e estendida). O volume total negociado foi de 79.975 contratos, o mais baixo desde 30 de dezembro (76,8 mil).

Além do baixo volume de negócios e da subida do dólar à vista a R$ 4,1887 (+0,58%), a agenda econômica doméstica também foi fraca hoje. Na semana, o destaque é o IPCA-15 de janeiro, na quinta-feira. Amanhã é divulgada a segunda prévia do IGP-M do mês. Os investidores devem acompanhar ainda as falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

"Sem Nova York, o mercado ficou em stand-by, esperando pelo noticiário", afirmou o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. "De resto, o que tinha potencial de mexer com o mercado era o Focus, mas não trouxe nenhum elemento novo que pudesse alterar as perspectivas."

O relatório Focus, divulgado antes da abertura do mercado, mostrou que a Selic no fim do ano seguiu em 4,50% ao ano.

No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 4,25% ao ano, igual a um mês antes. No caso de 2021, permaneceu em 6,25% ao ano, ante 6,50% de quatro semanas atrás.

AE