O auxílio emergencial, que atenuou a falta de renda e de pobreza durante a pandemia em 2020, agora pode fazer a desigualdade se regressar a uma velocidade maior. Esse é o viés temático da terceira edição do BRDE Cenários, que colocou a desigualdade no centro do debate.
Esse ciclo de palestras é promovido pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e tem o objetivo de dar luz a temas da conjuntura socioeconômica e fiscal do país, às tendências de mercado e aprofundar o papel das instituições de fomento nesse recorte. O evento foi transmitido nesta quarta-feira pelo Youtube do BRDE.
Na abertura, a diretora-presidente do BRDE, Leany Lemos, afirmou que os temas propostos são relativos às áreas em que o banco atua.“Precisamos entender porque um banco de fomento deve se interessar por temas como a desigualdade”, enfatiza.
O professor e consultor econômico do senado federal, Pedro Fernando Nery, apresentou a palestra “Desigualdade em V”, que trata de uma espécie de “montanha russa” na vida dos mais pobres no Brasil, movimento que ganhou mais força com a pandemia.
Nery ressalta que em 2020 houve uma queda expressiva na desigualdade de renda em virtude do auxílio emergencial, cenário que contrasta com o atual, momento em que o programa social está reduzindo de valor e de beneficiários.“Boa parte do aumento da desigualdade de renda tem a ver com a queda de renda do pessoal que ficou desocupado, o que demonstra porque essa crise é tão marcante”, evidencia.
Taís Teixeira