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Verão

Especial

Dólar avança 1,15% e Ibovespa sobe 0,54%

Escalada das ações da Petrobras ajudaram Índice Bovespa a chegar aos 102.673 pontos

Dólar fechou a sexta-feira em R$ 3,89, maior nível desde junho | Foto: Marcello Casal jr / Agência Brasil / CP

A escalada das ações da Petrobras impediu o Índice Bovespa de ceder à aversão ao risco que derrubou bolsas de valores em todo o mundo nesta sexta-feira. Os papéis da petroleira subiram em razão dos números positivos de seu resultado trimestral e contribuíram em grande parte para a alta de 0,54% do índice, que fechou aos 102.673,68 pontos. No exterior, a frustração das expectativas de entendimento nas relações comerciais entre Estados Unidos e China continuou a incentivar o investidor a fugir dos ativos de risco.

Petrobras ON e PN terminaram o dia com ganhos de +3,03% e +3,59%, um dia depois de a estatal ter anunciado números fortes no seu balanço. A recuperação dos preços do petróleo também ajudou a impulsionar os papéis. As altas foram um importante contraponto à queda de 1,16% da Vale, por exemplo, que acompanhou a forte desvalorização do minério de ferro no mercado chinês, em meio às ameaças de tarifação feitas entre Estados Unidos e China.

"As declarações de Donald Trump no sentido de promover nova taxação a produtos da China retiraram do cenário a perspectiva de que os dois países pudessem voltar a conversar direito. É algo que preocupa, porque não é algo trivial e a reação nos mercados é sempre muito imediata", disse Victor Beyruti, da equipe de análise da Guide Investimentos.

Beyruti afirma que um dos temores é que os mercados internacionais voltem a apresentar volatilidade e desempenho negativo semelhante ao do mês de maio, quando as bolsas de Nova York registraram quedas de até 7% no período, sob o temor da guerra comercial. "Não que esse desempenho vá se repetir em agosto, mas é algo com potencial para atrapalhar o mercado brasileiro, que até quinta apontava para a retomada dos 104 mil pontos", afirma.

O analista Glauco Legat, da Necton Corretora, chama a atenção para a discrepância entre as ações do mercado brasileiro, que levaram o índice de small caps a terminar julho com ganho de 6,4%, muito acima do 0,84% do Ibovespa. "É uma evidência de que há uma perspectiva melhor para ações ligadas ao mercado interno, enquanto os papéis de exportadoras estão mais sujeitos ao exterior. A exceção são os bancos, que embora estejam ligados à economia doméstica, estão em um contexto de pressão estrutural, com maior competitividade", afirmou.

Dólar

O dólar fechou a sexta-feira em R$ 3,8915 (+1,15%), o maior nível desde 17 de junho. O exterior foi novamente o principal fator a influenciar as cotações da moeda americana, mas na semana que vem, com a retomada das atividades no Congresso e a votação da reforma da Previdência no segundo turno na Câmara, o noticiário doméstico deve ganhar protagonismo. Na semana, o dólar acumulou valorização de 3,15%, registrando a pior semana desde o início de maio, quando ruídos políticos entre o Planalto e o Congresso fizeram a moeda americana bater em R$ 4,10.

O anúncio na quinta-feira do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que vai sobretaxar mais US$ 300 bilhões de produtos importados da China sustentou novo dia de alta do dólar ante países emergentes, embora a moeda americana tenha se enfraquecido perante divisas fortes. A fuga de risco e a busca por ativos seguros fez a moeda americana cair 0,75% no Japão. Entre os emergentes, o real foi uma das mais penalizadas, perdendo apenas para o rublo, da Rússia. O dólar subiu 1,50% no mercado russo.

Na avaliação do sócio e gestor da Absolute Invest, Roberto Serra, o exterior foi determinante para as cotações do dólar na quinta e nesta sexta, mas também teve certo peso a redução do diferencial de juros entre Brasil e EUA após o Banco Central cortar a Selic em 0,50 ponto porcentual, o que torna operações na economia brasileira menos atrativas aos estrangeiros. Para a reforma da Previdência, Serra ressalta que a aprovação em segundo turno é dada como praticamente certa pelo mercado. Por isso, qualquer revés pode provocar estresse nas cotações do dólar. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou oito sessões de plenário para discussão e votação em segundo turno da matéria entre terça e quinta-feira da próxima semana.

Os estrategistas de moedas do Commerzbank acham que o dólar pode buscar o nível de R$ 3,92, caso a tensão comercial entre a China e os EUA prossiga nos próximos dias. A China prometeu retaliar as medidas anunciadas por Trump. A tendência é que as moedas de emergentes percam valor diante do dólar nesse ambiente nos próximos dias, mesmo com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortando juros, avalia o Commerzbank.

Para a economista de Estados Unidos da consultoria Oxford Economics, Lydia Boussour, após a decisão de Trump de elevar as tarifas, as condições financeiras pioraram no mercado financeiro internacional, o que só aumenta a aposta de novo corte de juros pelo Fed na reunião de setembro. Um dos comentários em Wall Street é que essa era justamente a ideia de Trump ao anunciar as tarifas, forçar o Fed a cortar novamente os juros.

Taxas de juros 

O mercado de juros futuros doméstico sofreu impactos muito limitados nesta sexta-feira da onda de aversão global de aversão ao risco desencadeada pelo recrudescimento das tensões comercias entre China e Estados Unidos. A despeito da forte depreciação do real em dia de alta do dólar frente a divisas emergentes, as taxas dos principais contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram oscilações modestas.

Entre os contratos mais curtos, ligados diretamente às expectativas para o rumo da taxa Selic, houve um pequeno viés de alta, com investidores realizando lucros após a forte queda de quinta, quando houve um realinhamento à expectativa de um afrouxamento monetário mais extenso. Já as taxas intermediárias e longas encerraram o dia ao redor da estabilidade, mostrando certa blindagem em relação ao ambiente externo de fuga do risco.

Segundo o gestor de recursos Paulo Petrassi, uma série de fatores domésticos protege, em certa medida, o mercado de juros do estresse internacional. Em primeiro lugar, aparece o aceno do Banco Central com mais cortes da taxa Selic com o comunicado 'dovish' do Copom. Em seguida, há expectativa positiva em torno da aprovação rápida do segundo turno da reforma da Previdência na Câmara e uma tramitação pouco acidentada no Senado, o que pode atrair mais recursos para a renda fixa. Por fim, as expectativas de inflação estão muito bem ancoradas e a economia dá sinais ainda muito tímidos de retomada.

Após o fechamento, o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, informou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou oito sessões de plenário para discussão e votação em segundo turno da matéria entre terça e quinta-feira da próxima semana.

"Os juros podem até subir pontualmente com essa questão da guerra comercial, mas o pano de fundo é favorável à redução dos prêmios, principalmente nos longos", afirma Petrassi. "A agenda de reformas é positiva e, se Bolsonaro não atrapalhar, não tem motivo para o mercado estressar", brinca o gestor.

A surpresa com o tom suave do comunicado da decisão do Copom fez com que as taxas curtas fechassem a semana com recuo expressivo. O DI para janeiro de 2020 - que capta mais diretamente às expectativas para o nível da Selic no fim do ano - caiu cerca de 10 pontos-base no período. Em 30 dias, o recuo é de cerca de 50 ponto-base. Segundo operadores, as taxas futuras já espelham cerca de 70% de chances de redução da Selic em 0,50 ponto em setembro e um ciclo total de afrouxamento superior a 1 ponto porcentual.

No fim da sessão regular, DI para janeiro de 2020, estava a 5,505%, ante 5,501% no ajuste de quinta. Já o DI para janeiro de 2021 subiu de 5,399% para 5,42%, e o DI para janeiro de 2023, de 6,35% para 6,37%. Na ponta longa da curva, DI para janeiro de 2025 fechou estável, a 6,91%.

AE