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Verão

Especial

Dólar recua a R$ 5,31 com busca por risco e indicadores positivos

Cotação da moeda norte-americana foi marcada por volatilidade nesta quarta-feira

Dólar fechou cotado a R$ 5,31 | Foto: Agência Brasil / CP Memória / Divulgação / CP

A volatilidade voltou a marcar os negócios com o dólar nesta quarta-feira. Após oscilar sem rumo firme pela manhã, a moeda norte-americana acabou firmando queda nos negócios da tarde, influenciada pelo exterior positivo, em dia de busca por ativos de risco no mercado internacional. Indicadores positivos da economia brasileira também ajudaram, com destaque para a criação de empregos mostrada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o melhor saldo da história na conta corrente do balanço de pagamentos em abril, influenciado pela disparada dos preços das commodities. Ao mesmo tempo, o temor de uma terceira onda de infecções do coronavírus no Brasil e o alerta da China sobre coibir especulações com commodities atuaram para limitar o movimento de valorização do real e, neste último caso, das moedas de países exportadores destes produtos.

Após subir a R$ 5,34 na máxima do dia, o dólar encerrou o pregão em queda de 0,45%, cotado em R$ 5,3133. No mercado futuro, o dólar para junho, que vence na próxima segunda-feira, cedia 0,52% às 17h35, a R$ 5,31.

Apesar do temor de uma piora da pandemia, como já começam a sinalizar indicadores de contágio e novos casos de covid-19, economistas e gestores têm mostrado mais otimismo com o quadro doméstico, o que abre espaço para mais valorização do real.

"Parece que haverá um recrudescimento da pandemia, mas provavelmente teremos aumentos de restrição muito mais pontuais, muito mais limitados e, portanto, com impacto econômico menor", avalia a economista-chefe da Rosenberg, Thaís Zara.

Zara comenta que a perspectiva de Selic mais alta, a tendência de melhora da economia com o avanço da vacinação e "alguma acomodação" dos riscos fiscais estão entre os fatores que permitiram melhora do real, disse em evento da LCA pela internet nesta quarta-feira. O próprio Produto Interno Bruto (PIB) crescendo mais contribui para uma consolidação fiscal. "Isso tudo cria espaço para que a gente tenha apreciação do real."

No cenário-base da LCA Consultores para o câmbio, a moeda americana deve fechar o ano em R$ 5,10 e cair a R$ 4,90 em 2022. Este cenário leva em conta o avanço de algumas reformas e a população adulta sendo imunizada até o final do ano. No cenário adverso, marcado por maior turbulência fiscal, a moeda americana poderia ir a R$ 5,70 este ano.

Em evento nesta quarta do BTG Pactual, houve nova rodada de avaliações positivas da atividade doméstica, o que se reflete na expectativa de real mais valorizado. A gestora Genoa Capital não descarta a chance de dólar a R$ 4,80 ainda neste ano. A Meraki Capital Asset Management vê uma "janela favorável para o câmbio" e o ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, atual economista-chefe do BTG, avalia que o dólar deveria estar abaixo de R$ 5,00 se fossem considerados apenas os fundamentos da economia brasileira, como as contas externas. Sobre estas contas, o Banco Central divulgou nesta quarta superávit de US$ 5,66 bilhões em abril, o maior para todos os meses da série histórica.

Ao mesmo tempo, dados do BC mostraram piora dos fluxos externos nos últimos dias. Na semana entre 17 e 21, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 593 milhões, levando a saída no mês a US$ 1,117 bilhão.

Juros

A revisão do Plano Anual de Financiamento (PAF) se somou à assimilação de informações fiscais e da inflação do País, gerando descompressão na curva de juros nesta quarta-feira. A redução foi mais pronunciada nos vencimentos médios e longos, ainda que o ritmo tenha se reduzido com a confirmação pelo Tesouro da ampliação da oferta de papéis indexados à inflação e ao juro em detrimento aos prefixados.

A taxa do DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 4,985%, de 5,006% no ajuste de terça-feira. O janeiro de 2023 recuou de 6,718% a 6,645%. E o janeiro 2027 cedeu de 8,764% a 8,68%.

Desde cedo, a expectativa do mercado de DI repousava na revisão do PAF. O mercado já especulava nos últimos dias a necessidade de o Tesouro rever a estratégia de financiamento, uma vez que ela era muito agressiva em prefixados e refletia as condições de mercado de janeiro, com taxa de juros na mínima histórica e perspectiva nebulosa quanto à inflação e crescimento do País.

Desta forma, o Tesouro anunciou mudanças nas metas de financiamento: os títulos prefixados ficarão entre 31% e 35% da DPF (antes, 38% a 42%); nos papéis atrelados à inflação, a meta subiu para 26% a 30% da DPF (antes, 24% a 28%); e os remunerados pela Selic tiveram a meta alterada para 33% a 37% da dívida (antes, 28% a 32%). Não houve alteração na previsão para os papéis atrelados ao câmbio, que devem ficar em 3% a 7% da DPF.

Com a mudança no perfil das emissões, o Tesouro também prevê menor concentração de títulos com vencimento no curto prazo, com a parcela da dívida vencendo em 12 meses na faixa de 22% a 27% da DPF (antes, 24% a 29%).

Essa combinação de fatores ajudou a tirar pressão das taxas. O mercado vê com bons olhos a menor exposição da dívida de curto prazo, preocupação presente em momentos de crise de liquidez. Além disso, a perspectiva de menor oferta de prefixados também reduz uma fonte de impulso dos juros.

Na quinta-feira, inclusive, o órgão faz oferta de LFT para 1º/9/2022 e 1º/3/2027, além de NTN-F para 1º/1/2029 e 1º/1/2031 e LTN para 1º/7/2022, 1º/1/2023 e 1º/7/2024.

Todo este cenário de revisões do PAF veio em meio a outros fatores que contribuíram para uma pressão menor, em especial os relacionados à inflação e ao fiscal.

O dólar chegou a ceder a R$ 5,28 na mínima do dia, na esteira do melhor saldo da história na conta corrente do balanço de pagamentos em abril. A divisa terminou em R$ 5,3133 (-0,45%).

AE