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Dólar sobe 1,13% com perspectiva de juro alto por período prolongado nos EUA

Moeda norte-americana encerrou cotado a R$ 4,93

Dólar fechou abaixo dos R$ 4,80 | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

O dólar à vista encerrou a sessão desta quinta-feira em alta de 1,13%, cotado a R$ 4,9352, perto da máxima, a R$ 4,9362, registrada na reta final dos negócios com o aprofundamento da baixa do Ibovespa. A perda de força do real ocorreu em meio a uma onda de fortalecimento da moeda americana no exterior e à alta das taxas longas dos Treasuries, ainda sob o impacto da decisão de ontem do Federal Reserve. Embora tenha mantido a taxa básica no intervalo entre 5,25% e 5,50%, o banco central americano deixou a porta aberta para uma alta adicional dos juros e sinalizou manutenção de política monetária restritiva por período prolongado.

Como é de praxe em episódios de ajuste global de portfólios motivados por aversão ao risco, o real amargou as piores perdas entre as principais moedas emergentes e de países exportadores de commodities. Operadores explicam que é mais fácil para os investidores reduzirem posições em real, dado que a divisa brasileira é mais líquida e, portanto, oferece opção de saída com custos menores. Apesar do escorregão hoje, o real e as demais divisas latino-americanas de países com juros altos, mas chamadas "moedas de carrego", seguem liderando os ganhos em relação ao dólar em 2023. Destaque para os pesos colombiano e chileno, com valorização de dois dígitos.

Por aqui, analistas afirmam que decisão do Banco Central brasileiro, ontem à noite, de cortar a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 12,75% ao ano, e indicar novas reduções de igual magnitude nos próximos meses ainda não tira a atratividade do real. Apesar do estreitamento do diferencial entre juros interno e externo, o Brasil segue oferecendo taxas reais elevadas para os estrangeiros.

A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, classificou o comunicado do Copom como "um pouco mais duro na margem". Além de um recado de que é necessário cumprir as metas fiscais para ancoragem das expectativas de inflação, o comitê sinalizou que pretende manter o atual ritmo de cortes "nas próximas reuniões", o que tende a reduzir as apostas em redução da Selic em 0,75 ponto porcentual em dezembro.

"A rigor, o Copom ter sido um pouco mais duro deveria, em tese, contribuir para um desempenho melhor do real, mas o ambiente externo está preponderando hoje. A reação adicional ao Fed está levando a abertura dos Treasuries e ao fortalecimento do dólar", afirma Damico, ressaltando que as projeções dos integrantes do BC americano para juros e indicadores econômicos em 2024 e 2025, incluídas no chamado 'gráfico de pontos', trouxeram uma mensagem "bastante dura" para o mercado. "E o Powell, que costumava suavizar o comunicado, desta vez manteve um tom firme, reforçando a confiança de que a atividade está resiliente, o que demanda mais juros", acrescenta a economista, em referência a declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva.

AE