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Verão

Especial

Dólar tem dia de queda e termina em R$ 5,37

Com exterior, Ibovespa fechou em alta de 2,24%, aos 109.786,30 pontos

Dólar operou toda a terça-feira em queda, com o real acompanhando as demais moedas emergentes | Foto: Marcos Santos / USP Imagens / Divulgação / CP

O dólar teve dia de queda nesta terça-feira e fechou perto da mínima da sessão, a R$ 5,37. Mas o mercado de câmbio foi menos contaminado pela euforia vista nas bolsas, com o Ibovespa encostando em 110 mil pontos e o Dow Jones superando os 30 mil pontos pela primeira vez na história. Operadores destacam que o risco fiscal segue como principal limitador de uma valorização mais consistente do real mas, nesta reta final de novembro, há ainda a preocupação com a demanda forte por dólar pela frente, sensação agravada esta semana com o anúncio feito pela Petrobras de que pretende recomprar ao redor de US$ 2 bilhões em bônus em meados de dezembro. Este movimento deve ocorrer em um cenário já sazonalmente marcado pelo aumento de remessas para as matrizes lá fora e ainda a necessidade de os bancos desfazerem o excesso de hedge no exterior (overhedge).

No fechamento, o dólar à vista encerrou em queda de 1,06%, cotado em R$ 5,3753. No mercado futuro, o dólar que vence em dezembro fechou em baixa de 1,23%, aos R$ 5,3740.

O mercado vai precisar de ao menos US$ 20 bilhões em dezembro, considerando o desmonte do overhedge (US$ 15,5 bilhões) e as remessas, estimadas em US$ 5 bilhões pela gestora Armor Capital. Isso fora a operação da Petrobras. Neste ambiente, traders contam que alguns bancos já vêm antecipando compras de dólar, o que ajuda a limitar o recuo da moeda americana. Com o aumento da procura por dólar, o leilão de rolagem de linha do Banco Central hoje ajudou a aliviar a pressão pela moeda, ressaltam operadores. A instituição vendeu a oferta total de US$ 1,26 bilhão em leilão de linha, que é a venda de dólares com compromisso de recompra.

O dólar operou toda a terça-feira em queda, com o real acompanhando as demais moedas emergentes, mas com o fiscal no radar. O sinal verde do governo de Donald Trump para o início da transição de governo nos Estados Unidos contribuiu para a redução da incerteza política e estimula a busca por risco, enfraquecendo o dólar, ressalta o diretor em Nova Irorque da BK Asset Management, Boris Schlossberg. Além disso, houve mais notícias positivas sobre vacinas contra o coronavírus e os mercados gostaram da possível nomeação da ex-presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, para o comando do Tesouro americano no governo de Joe Biden. "Yellen recentemente defendeu publicamente mais estímulos fiscais", comentam os estrategistas do Rabobank.

Com o aumento da procura por ativos de risco, os emergentes tiveram fluxo perto de US$ 20 bilhões este mês, para os mercados de bolsas e renda fixa, estima a consultoria inglesa Capital Economics. É o maior valor desde 2014 e a avaliação da consultoria é que o ritmo tende a seguir forte pela frente. O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, destaca que o risco fiscal é um limitador importante para a melhora do câmbio e o governo precisa demonstrar mais atividade para os projetos andarem no Congresso. Se persistir o quadro de indefinição sobre o ajuste fiscal, esse fluxo recente que entrou no Brasil sairá rapidamente, diz ele.

Ibovespa

O Ibovespa pulou de 107 mil para 109 mil pontos nesta terça-feira, bem perto da linha psicológica dos 110 mil que, até há pouco tempo, era vista como referência positiva para o índice no fechamento do ano - e que hoje ficou ao alcance da mão. Desde o início do mês, com a eleição de Biden nos EUA, a proximidade de diversas opções de vacina e o retorno do estrangeiro à B3, cresceram as apostas de que o índice chegue a 120 mil pontos neste fim de ano, revertendo assim as perdas de 2020 - em 2019, encerrou aos 115.645,34, com ganho de 31,58% no período, o maior desde 2016.

Com o desempenho desta terça-feira, quando fechou em alta de 2,24%, aos 109.786,30 pontos, o Ibovespa limita a retração no ano a 5,07%, com avanço de 16,85% acumulado até aqui em novembro, de longe o melhor do ciclo de recuperação iniciado em abril, então a 10,25%. Nesta sessão, destaque para as ações de bancos (Bradesco PN +4,49%), commodities (Vale ON +4,92%, Petrobras ON +5,34%), siderurgia (Usiminas +6,12%) e especialmente shoppings, com Multiplan (+7,16%) e BR Malls (+7,07%) na ponta do Ibovespa. No lado oposto, PetroRio cedeu 2,60% e Raia Drogasil, 2,36%. Hoje, o Ibovespa abriu aos 107.377,95, com mínima do dia a 107.360,58 pontos. Na semana, avança 3,53%.

O cenário otimista ganhou empuxo com o início formal da transição de poder na maior economia do mundo e a sinalização de Janet Yellen como futura secretária do Tesouro, bem-vinda no mercado pelo apoio da ex-presidente do Fed a estímulos fiscais. Nesta terça-feira, o giro voltou a ficar mais forte na B3, o que tem denotado a presença de estrangeiros na ponta compradora em novembro, mês em que o volume diário ficou acima de R$ 50 bilhões em duas ocasiões. Hoje, voltou a R$ 36,9 bilhões, após ter ficado abaixo do limiar de R$ 30 bilhões nas duas sessões anteriores.

Na sexta-feira, quando o fluxo foi de R$ 24,4 bilhões, os estrangeiros interromperam a série de ingressos líquidos que permanecia invicta desde o início do mês - naquele dia, o Ibovespa fechou em baixa de 0,59%, a 106.042,48. Hoje, com máxima a 109.956,18 pontos (+2,40%), renovada perto do fim da sessão, o índice atingiu o maior nível intradia desde 26 de fevereiro, a quarta-feira de cinzas em que se iniciou a queda livre ocasionada pela pandemia, com perda de 7% no fechamento daquele dia, após encerramento aos 113.681,42 pontos na sexta pré-carnaval. Em Nova Iorque, o Dow Jones tocou hoje pela primeira vez a marca de 30 mil pontos, sustentada também no fechamento.

"Desde a eleição americana há um fluxo voltando para emergentes, especialmente de fundos passivos, como não se via faz tempo. Houve uma ausência longa dos estrangeiros nos mercados emergentes, o que se evidencia em suas moedas - todas sofreram, não apenas o real. Agora, para sustentarmos esse interesse ao longo do tempo, precisamos endereçar minimamente a questão fiscal: a agenda não pode ficar parada", aponta Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset. "Se não houver imobilismo na agenda fiscal, acho que poderemos continuar contando com o benefício da dúvida até o fim do ano."

Na B3, a forte presença do investidor estrangeiro em novembro, com R$ 26 bilhões de ingresso líquido, e a continuidade no movimento de rotação de carteiras, com a busca por ações mais descontadas, como as de bancos e shoppings, dão "consistência" ao movimento de recuperação, observa Márcio Gomes, analista da Necton Investimentos.

Juros

A curva de juros perdeu inclinação nesta terça-feira, com as taxas de curto prazo terminando estáveis, após passarem o dia com viés de alta, e as demais, em leve queda. Os vértices até meados de 2022 estiveram sob influência do IPCA-15 acima da mediana das estimativas, que também elevou discretamente na curva a precificação de alta da Selic no Copom de dezembro, movimento limitado, porém, pela queda do dólar, que tem sido visto como um dos vilões da inflação. As demais taxas tiveram alívio nos prêmios em função do apetite pelo risco no exterior, que favoreceu o real, mesmo sem novidades do front fiscal. No leilão de NTN-B, o Tesouro ofertou quantidade pouco menor (até 1,1 milhão) do que na última operação (até 1,35 milhão), vendida integralmente.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 terminou em 3,41% a sessão regular e a estendida em 3,40%, de 3,426% ontem no ajuste. O DI para janeiro para 2023 encerrou em 5,23% (regular) e 5,19% (estendida), de 5,246% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 7,065% para 7,00% (regular) e 7,01% (estendida). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxas de 7,76% (regular) e 7,74% (estendida), de 7,834% ontem. O spread entre os vértices para janeiro de 2022 e janeiro de 2027 diminuiu, de 440 pontos-base ontem para 434 pontos.

"Temos o exterior favorável e o real 'performando' bem, o que ajuda os vencimentos de médio e longo prazos, enquanto na ponta curta é o efeito do IPCA-15", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

O IPCA-15 de novembro desacelerou de 0,94% em outubro para 0,81%, mas ficou acima da mediana esperada (0,72%), com a taxa em 12 meses saltando a 4,22%, contra meta de inflação de 4% este ano. A leitura dos preços na abertura do indicador foi ruim, com surpresa negativa de preços de serviços e avanço no índice de difusão. Todo esse contexto provocou nova rodada de revisões em alta para o IPCA este ano e 2021, mas que ainda não chegam a ameaçar as metas. Na curva, a precificação para a Selic no encontro do Copom de dezembro, que ontem era de 6,95 pontos-base, estava em 7,3 pontos no meio da tarde, ou seja, a probabilidade de aperto de 0,25 ponto porcentual subia de 27,8% para 29%. Os cálculos são do Banco Mizuho.

Além da inflação permanecer ainda dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), apostas mais firmes numa retomada da alta da Selic no curto prazo esbarram também na natureza da pressão inflacionária. A curva de juros perdeu inclinação nesta terça-feira, com as taxas de curto prazo terminando estáveis, após passarem o dia com viés de alta, e as demais, em leve queda. Os vértices até meados de 2022 estiveram sob influência do IPCA-15 acima da mediana das estimativas, que também elevou discretamente na curva a precificação de alta da Selic no Copom de dezembro, movimento limitado, porém, pela queda do dólar, que tem sido visto como um dos vilões da inflação. As demais taxas tiveram alívio nos prêmios em função do apetite pelo risco no exterior, que favoreceu o real, mesmo sem novidades do front fiscal. No leilão de NTN-B, o Tesouro ofertou quantidade pouco menor (até 1,1 milhão) do que na última operação (até 1,35 milhão), vendida integralmente.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 terminou em 3,41% a sessão regular e a estendida em 3,40%, de 3,426% ontem no ajuste. O DI para janeiro para 2023 encerrou em 5,23% (regular) e 5,19% (estendida), de 5,246% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 7,065% para 7,00% (regular) e 7,01% (estendida). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxas de 7,76% (regular) e 7,74% (estendida), de 7,834% ontem. O spread entre os vértices para janeiro de 2022 e janeiro de 2027 diminuiu, de 440 pontos-base ontem para 434 pontos.

"Temos o exterior favorável e o real 'performando' bem, o que ajuda os vencimentos de médio e longo prazos, enquanto na ponta curta é o efeito do IPCA-15", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

O IPCA-15 de novembro desacelerou de 0,94% em outubro para 0,81%, mas ficou acima da mediana esperada (0,72%), com a taxa em 12 meses saltando a 4,22%, contra meta de inflação de 4% este ano. A leitura dos preços na abertura do indicador foi ruim, com surpresa negativa de preços de serviços e avanço no índice de difusão. Todo esse contexto provocou nova rodada de revisões em alta para o IPCA este ano e 2021, mas que ainda não chegam a ameaçar as metas. Na curva, a precificação para a Selic no encontro do Copom de dezembro, que ontem era de 6,95 pontos-base, estava em 7,3 pontos no meio da tarde, ou seja, a probabilidade de aperto de 0,25 ponto porcentual subia de 27,8% para 29%. Os cálculos são do Banco Mizuho.

Além da inflação permanecer ainda dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), apostas mais firmes numa retomada da alta da Selic no curto prazo esbarram também na natureza da pressão inflacionária, que não é de demanda e sim de oferta, provocada em boa medida pela fraqueza do câmbio, que por sua vez, sofre grande influência do risco fiscal. Hoje, no entanto, o otimismo em relação ao desenvolvimento das vacinas contra Covid e o início da transição de governo nos Estados Unidos, com anúncio de nomes da equipe do futuro presidente Joe Biden que agradaram, o dólar teve recuo generalizado.

AE