Os países emergentes estão sofrendo de fuga de capitais, atraídos por investimentos em dólares mais convenientes. Em particular, a Argentina, a Turquia e a Indonésia sofreram acentuadas depreciações em suas moedas. Os participantes do Comitê Monetário do Fed (FOMC) também reiteraram as "incertezas" causadas pelas tensões comerciais, em referência à imposição de tarifas sobre alguns produtos pelos Estados Unidos, e a guerra comercial que o país mantém com a China.
O Fed destacou o contraste entre o crescimento dos Estados Unidos e do resto do mundo, "que tem o potencial de fortalecer o dólar". Isso se reflete em previsões como a do Fed, que previa uma expansão econômica de 3,1% em 2018, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) reduziu suas expectativas de crescimento para 2% para a zona do euro. Pelo menos dois dos 12 membros do comitê "não são a favor" de uma política monetária mais restritiva "na ausência de sinais claros de uma economia superaquecida e aumento da inflação". Como eles disseram desde o início da guerra comercial com a China, os participantes mais uma vez alertaram que as tensões comerciais "continuam a ser uma fonte de incerteza para as perspectivas da economia local", bem como a inflação.
Em relação à inflação, as pesquisas mostram que algumas indústrias estão começando a incorporar em seus preços de produção um custo adicional que atribuem às tarifas impostas aos produtos chineses. As tarifas sobre as importações de aço e alumínio já começaram a afetar negativamente os investimentos no setor de energia. De qualquer forma, por enquanto, os aumentos de preços ainda não são o resultado de um aumento nos salários, apesar de um mercado de trabalho apertado. "O crescimento salarial continua sendo modesto em comparação com os padrões históricos", analisou o Fed.
AFP