As vendas deste ano serão 2% superiores às da Páscoa do ano passado, segundo o Instituto Segmento Pesquisas, contratado pela Agas para sondar as expectativas do mercado. Se fizer frio, como aguardam o varejo e a indústria, os negócios ligados ao chocolate poderão ficar bem melhores. Na média, os preços dos ovos de Páscoa estão 12,4% mais caros em comparação com igual período de 2013.
Visto como presente de última hora, o bombom também está prestigiado: fará desta Páscoa a melhor da história em vendas nos supermercados do Rio Grande do Sul. É prevista a comercialização de, no mínimo, 6 milhões de caixas - os preços subiram comparativamente a 2013. Mesmo assim, o setor calcula R$ 96 milhões em vendas só de ovos e R$ 26,4 milhões em bombons.
Conforme o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, em oito anos de pesquisas do Instituto Segmento, a caixa de bombom pela primeira vez se nivelou aos ovos de chocolate como produto indispensável para a Páscoa.
Neste ano, os supermercados serão os principais locais de compras de Páscoa para 89,7% dos gaúchos, conforme o Instituto. No Estado, mais de 3 mil lojas mostram parreiras com chocolates no seu mix de vendas. O investimento tem explicação: a data é a segunda melhor em vendas no setor. No faturamento total dos supermercados, esses produtos
têm participação estimada em 13,2% em março e 16,2 em abril. A indústria gaúcha conquista espaço cada vez maior nas vendas de ovos de chocolate nos supermercados: 10,9% são produzidos no Estado.
Outra característica desta Páscoa é o tamanho dos ovos de chocolate. A indústria investiu em ovos de menor dimensão para atender mais amplamente à classe C. No outro extremo destacam-se os ovos premium, para presente. No saldo da Páscoa, o segmento já representa 15% dos negócios.
Serra lidera nos itens artesanais
Na região das Hortênsias estão distribuídas 22 fábricas de chocolates artesanais e 80% delas têm endereço em Gramado, município polo em chocolate artesanal no RS. Mas a maioria, 15, são transformadoras: adquirem chocolate em barra de outras marcas para depois formatá-lo em, por exemplo, ovos coelhos e bombons. Somente em 2004, Gramado produziu 100% o seu primeiro chocolate artesanal, informou o presidente da Achoco, José Schneider. Hoje, sete empresas fabricam chocolate com fórmula e receita próprias.
O volume da produção, de 1,1 mil toneladas nesta Páscoa 2014, deveria ser maior, mas as indústrias artesanais decidiram puxar o freio. O motivo para segurar a expansão dos chocolates nas fábricas não é por algum fator econômico ou queda da renda do mercado consumidor. A explicação é que neste ano, de acordo com Schneider, ocorreu uma desfavorável coincidência de feriados na Páscoa. Antes da data, no dia 20, há o feriado da Semana Santa. No dia seguinte ao domingo de Páscoa é comemorado o feriado de Tiradentes.
O feriadão poderá causar dispersão de parte do público estimado, mas as indústrias não perderam o otimismo. Comercializar 1,1 mil toneladas é considerado muito bom pelos fabricantes. As fábricas de chocolate artesanal da região contrataram 30% a mais de mão de obra temporária para atender à demanda por chocolate durante esta Páscoa, informou Schneider. Em comparação com os preços praticados no ano passado, o consumidor irá pagar este ano entre 7% e 10% mais caro pelos produtos.
Heron Vidal / Correio do Povo