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Verão

Especial

Influenciado pelo exterior, dólar fecha a R$ 5,72, com recuo de 2,03%

Bolsa terminou segunda-feira em alta de 4,69%, aos 81.194,29 pontos, maior ganho desde 6 de abril

Esta foi a maior queda percentual da moeda norte-americana desde 29 de abril | Foto: Marcos Santos / USP Imagens / Divulgação / CP

Influenciado pelo mercado internacional, o dólar fechou a segunda-feira com a maior queda porcentual desde 29 de abril, recuando 2,03%, a R$ 5,7206. Notícias positivas sobre o desenvolvimento de uma vacina para combater o coronavírus e a reabertura de economias contribuíram para renovar o apetite por risco. As bolsas subiram forte em Nova York e na Europa, o petróleo disparou e o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de divisas fortes, caiu abaixo do nível de 100 pontos. O real, que sempre vem tendo o pior desempenho ante o dólar no mercado internacional, hoje teve a melhor performance, considerando uma lista de 34 moedas.

O dólar chegou a cair abaixo de R$ 5,70 no começo da tarde, mas não se sustentou neste nível. Como ressalta um diretor de tesouraria, no atual cenário, a moeda americana abaixo desse porcentual atrai compradores, na medida em que a cautela com o cenário político doméstico prossegue e bancos continuam elevando suas projeções para o dólar.

Hoje foi a vez do Santander, que aumentou sua estimativa para a moeda americana no final do ano de R$ 4,90 para R$ 5,80, e também revisou a do fim de 2021, de R$ 4,05 para R$ 5,50. A economista-chefe do banco espanhol, ex-secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, ressalta em relatório que não há indícios de que fatores responsáveis pelo desempenho ruim do real - turbulências políticas, dúvidas acerca das diretrizes da política econômica do governo e incertezas quanto à trajetória fiscal - serão resolvidos no curto prazo.

Hoje, porém, predominou o otimismo externo. O analista-sênior de mercados do Western Union, banco especializado em transferências internacionais, Joe Manimbo, ressalta que o dólar operou em queda com as notícias da farmacêutica americana Moderna, de testes bem sucedidos de uma vacina contra o coronavírus em oito pessoas, que acabaram estimulando a busca por ativos de risco.

Os estrategistas do Citi observam que a melhora do mercado internacional pode seguir sendo positiva para moedas emergentes, incluindo o real, mas o conturbado ambiente político doméstico, responsável por boa parte da piora da moeda brasileira, pode seguir limitando uma maior valorização da divisa, na medida em que levanta dúvidas sobre o ajuste fiscal e a agenda de reformas. Por isso, projetam a moeda brasileira na casa dos R$ 5,70 nos próximos três meses e, em um prazo maior (6 a 12 meses), o Citi vê o real na casa dos R$ 5,50.

Ibovespa

Acompanhando sólido desempenho do exterior, empolgado por novo sinal positivo sobre a chance de desenvolvimento de vacina para Covid-19, o Ibovespa mais do que recuperou na sessão desta segunda-feira as perdas da semana passada e alcançou o maior nível de fechamento desde 29 de abril, pela segunda vez em maio acima da marca psicológica dos 80 mil pontos no encerramento - e desta vez com folga. O principal índice da B3 fechou nesta segunda-feira em alta de 4,69%, aos 81.194,29 pontos, o maior ganho em porcentual desde 6 de abril (naquela ocasião em alta de 6,52%), tendo oscilado hoje entre mínima de 77.571,39 e máxima de 81.420,37 pontos, renovada na parte final da sessão.

Mais cedo, os principais mercados da Europa haviam encerrado o dia com ganhos expressivos, de 4,29% para Londres, de 5,16% para Paris e de 5,67% para Frankfurt. Em Nova York, os três índices de referência registraram alta entre 2,44% (Nasdaq) e 3,85% (Dow Jones), assim como na B3 acentuados no fim do dia, mas cedendo um pouco ante as máximas, nos minutos finais. O otimismo decorreu em grande medida da indicação de que o laboratório Moderna, dos EUA, obteve resultados positivos para uma vacina contra o novo coronavírus.

Agora, o Ibovespa passa a acumular leve ganho de 0,86% em maio, com perda de 29,79% no ano, tendo na primeira quinzena de maio, até a última sexta, acumulado perda de 3,66% no mês e de 3,37% na semana passada. O giro financeiro desta sessão, reforçado pelo vencimento de opções sobre ações, totalizou R$ 34,2 bilhões.

Além da novidade sobre possível vacina, outros fatores que prevaleceram hoje ajudam a entender o avanço do Ibovespa nesta primeira sessão da semana: a relativa acomodação do dólar, em baixa de 2,03% no fechamento de hoje, a R$ 5,7206; fortes ganhos no petróleo, de 7,10% para o Brent de julho, a US$ 34,81 por barril no encerramento na ICE, o que ajudou as ações da Petrobras (+9,72% na ON e +8,10% na PN); recuperação de preços do minério de ferro em curso na China, em meio à reabertura da economia, estimulando a ação da Vale (+6,68%) e as do setor siderúrgico (+8,24% para Gerdau PN) na sessão; e o plano de 500 bilhões de euros anunciado por Alemanha e França para o combate aos efeitos da pandemia.

"Este fundo da Alemanha e França é muito importante para manutenção da zona do euro, especialmente depois de a Justiça alemã ter proibido compra de ativos", observa Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais. Ele chama atenção, contudo, para o distanciamento do investidor estrangeiro mesmo com os descontos nominais e em dólar nas ações brasileiras.

"O sumiço do estrangeiro é o que está pegando um pouco, neste mês ainda não houve um dia de ingresso líquido dos gringos na Bolsa. As ações aqui ficaram muito mais baratas, e não dá muito para entender por que não estão voltando", observa Bandeira. Ele reconhece que o "lado político, complicado" e preocupações com o "problema fiscal" podem estar mantendo os estrangeiros à distância dos ativos brasileiros, neste momento em que a aversão a risco permanece como pano de fundo especialmente com relação aos emergentes.

Juros

O bom humor no exterior levou à devolução de prêmios da curva de juros doméstica nesta segunda-feira, 18. A chance de uma vacina para a Covid-19 e a sinalização do uso de munição adicional pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, turbinaram a busca por risco, ajudando o apetite a ativos brasileiros. Os sinais da permanência no cargo do ministro da Economia, Paulo Guedes, o dólar em queda e a percepção de que a inflação deste ano será ainda menor do que o esperado também alimentam a diminuição da taxa em todos os vértices.

Ao término do pregão regular, o contrato do Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2021 tinha taxa de 2,535%, ante 2,558% no ajuste de sexta-feira. O janeiro 2022 foi de 3,511% para 3,420%. O janeiro 2023 passou de 4,723% para 4,580%. E o janeiro 2027 recuou de 7,823% para 7,670%.

Importante ressaltar que a liquidez em toda a curva ficou baixa na sessão. O janeiro 2022, mais transacionado nos últimos pregões, movimentou quase 109 mil contratos na sessão regular. Na segunda-feira passada, por exemplo, foram 173 mil.

O ânimo no exterior veio desde ontem à noite, quando Jerome Powell afirmou que a autoridade ainda tem munição para conter a crise e destacou que a economia do país vai se recuperar no médio prazo.

Hoje de manhã, a esperança de uma vacina contra a covid-19, que vitimou mais de 316 mil pessoas no mundo, deu o fôlego adicional. A farmacêutica americana Moderna anunciou que, em testes preliminares, uma imunização contra o novo coronavírus teve resultado positivo. Os resultados são baseados na reação das oito primeiras pessoas que receberam, cada uma, duas doses da vacina, a partir de março.

No noticiário doméstico, a tensão política foi diluída pela percepção de permanência de Paulo Guedes no Ministério da Economia.

O bom humor com ativos de risco e a queda forte do dólar deram espaço a que prevalecesse no mercado de juros os fundamentos. A tendência de inflação baixa foi reforçada no relatório de mercado Focus e em análises de instituições.

A projeção do IPCA para 2020 no Focus passou de 1,76% para 1,59%, enquanto o de 2021 foi de 3,25% para 3,20%. Entre os bancos, o BTG Pactual projeta agora que o índice atinja 1,8% este ano (de 2,3% anteriormente) e o Santander Brasil estima em 1,4% (de 2,2%).

AE