Para além de reivindicar recursos federais, o governo gaúcho deve achar saídas internas para melhorar a economia do Estado. Essa é a opinião do economista e ex-secretário estadual da Fazenda, Aod Cunha. “A gente deixou de olhar com atenção para o que nós podemos fazer, independente da União”, disse Cunha, nesta quarta-feira, durante o evento Tá na Mesa, da Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul).
Na ocasião, Cunha defendeu foco na atração de capital humano, na irrigação, em ajustes fiscais, na inovação e, principalmente, na educação. “A educação piorou, relativamente, aqui, por culpa nossa”, avaliou o ex-secretário.
Cunha avalia que o problema nessa área vai além das finanças, atingindo o comportamento da sociedade, uma vez que os colégios privados locais sequer figuram entre os 100 melhores do país, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O vice-governador, Gabriel Souza, disse que não sabia desse dado e que isso não denota a queda de qualidade das escolas privadas e que pode ocorrer por “diversos motivos”. Segundo Souza, há comunidades menos engajadas com a educação na sociedade.
O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, defendeu que o Manifesto Empreendedor Gaúcho, lançado recentemente pela entidade, não fala diretamente sobre educação, mas mostra as possibilidades de mercado, quando se investe no ensino. “Esta visão inspiradora do Manifesto mostra um Estado que serve para a dona de casa e para a professora”, afirmou Costa.
Kyane Sutelo