Representantes de movimentos sindicais realizaram nesta terça-feira, em frente ao prédio do Banco Central (BC), no Centro Histórico de Porto Alegre, uma mobilização contra a alta taxa de juros da economia brasileira. A data coincide com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em Brasília, para definição da nova Selic. Com o auxílio de um caminhão de som, eles exigiram do órgão uma política monetária que passasse a observar as demandas dos trabalhadores.
“Não vamos desistir desta luta para reduzir drasticamente o juro no Brasil. O Banco Central e o Copom estão cometendo um desatino, mantendo a taxa a 13,75%, com uma inflação de 3,5%. O país precisa crescer”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), Amarildo Pedro Cenci, acrescentando que, no atual patamar, os setores produtivos em geral estão perdendo capacidade competitiva.
“Estamos aqui para pedir ‘fora Campos Neto’, e não queremos que este presidente do Banco Central continue dirigindo esta importante entidade, que é autônoma em relação ao país e aos trabalhadores, mas está amarrada aos compromissos com o sistema financeiro”, acrescentou Cenci, destacando também que isto “compromete a retomada do desenvolvimento do país”.
Os movimentos ainda pedem a participação dos trabalhadores na estrutura do Copom, e diante da então expectativa de corte nos juros básicos da economia, uma taxa “que fique, no máximo, o dobro da inflação”, observou ele. Conforme o presidente da CUT-RS, as mobilizações vão seguir ocorrendo nas mesmas datas das próximas reuniões, mas de forma alternada: em uma ocasião, será feita uma marcha por ruas de Porto Alegre, assim como na vez anterior à mobilização desta terça, e na reunião seguinte, uma manifestação junto à sede do órgão na Capital.
Felipe Faleiro