A Galp Energia anunciou descoberta de petróleo leve no bloco offshore PEL83, na costa da Namíbia. A bacia do país africano é uma “irmã” da Bacia de Pelotas, devido às semelhanças das condições geológicas. "Com certeza é uma boa notícia! Mais uma vez, descobertas na Namíbia estão mostrando um volume significativo de óleo existente nessas bacias irmãs”, observou o geólogo, professor adjunto do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS Juliano Kuchle.
No Uruguai, também há formação parecida como a do RS e o país mantém trabalho de prospecção de óleo. “Considero a Namíbia mais adiantada em seus processos exploratórios, seguida por Uruguai, e por ultimo, a Bacia de Pelotas”, continuou o docente, que pesquisa desde 2007 a Bacia de Pelotas, localizada entre o Sul da ilha de Florianópolis até a divisa com o Uruguai.
Segundo ele, já estão sendo adquiridos dados sísmicos novos em Pelotas. “Acredito que, em breve, teremos alguns alvos de interesse para pedidos de perfuração. Até o final de 2024, o Uruguai já estará perfurando. Portanto, as três bacias podem conter volumes semelhantes de petróleo, mas uma está mais adiantada que a outra em exploração.”
Em comunicado, a Galp informou que perfurações no poço Mopane-2X levaram à descoberta de “uma coluna significativa de petróleo leve em reservatórios de alta qualidade”. Em janeiro, a empresa já havia divulgado uma “significativa” descoberta de petróleo leve em outro poço do mesmo bloco, o Mopane-1X.
A Galp é operadora do bloco PEL83, com participação de 80%. Seu parceiros, Namcor e Custos, detêm fatias iguais de 10% no projeto. Ainda no comunicado, a Galp disse que continuará analisando dados das perfurações nas próximas semanas para avaliar a comercialidade da descoberta.
Karina Reif