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“O dinheiro deveria ser desestatizado”, diz o ex-conselheiro da Casa da Moeda

“O Dinheiro Será Privatizado?" foi o tema de debate do Instituto de Estudos Empresariais na quarta edição do Fórum da Liberdade Talks

“O dinheiro deveria ser desestatizado. Assim como  nós temos  a concorrência em vários setores e existe a liberdade para produzir e escolher algum produto, também deveríamos ter a  liberdade no âmbito monetário para produzir e escolher moeda”, afirmou o conselheiro do Instituto Mises Brasil e ex-conselheiro da Casa da Moeda,  Fernando Ulrich,  durante a quarta edição do Fórum da Liberdade Talks, ao falar  sobre “O Dinheiro Será Privatizado?",  tema do debate promovido nesta quinta-feira, 8, pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), e transmitido de forma virtual pela canal do Youtube da entidade. 

De acordo com Fernando Ulrich, o Banco Central  e a ciência econômica  ensinada nas universidades praticamente não admitem a ideia da desestatização do dinheiro em razão do mercado de criptoativos. Ele acredita, no entanto, que com o advento do Bitcoin possa existir a possibilidade de algo que possa funcionar  pela primeira vez de forma paralela. “O Bitcoin não é apenas uma inovação do sistema de pagamentos. É uma tecnologia fantástica e uma oportunidade de negócio para o mundo financeiro”, enfatizou Urich, lembrando que o sistema funciona 24 horas por dia há mais de 12 anos. “É um sistema sem autoridade central no qual todos os participantes ao redor do planeta estão constantemente auditando e por isso  não acontece nenhum caso de fraude”, ressaltou. 

“O Banco Central não cria apenas dinheiro pela forma impressa. Ele não imprime apenas papel moeda e faz circular dinheiro. O BC também cria moeda na forma eletrônica, mas é pouco diferente porque fica guardado no cofre e não circula nas ruas”, destacou Fernando Ulrich, que afirmou, ainda, que “o  dinheiro dos estados, seja o real, dólar ou euro, são moedas que ano após ano vão aos poucos perdendo o valor”.  

 O ex-conselheiro da Casa da Moeda, Fernando Ulrich lembrou também que  o Brasil é um dos mais avançados na moeda digital.  Conforme ele,  exietem poucos sistemas a serem acrescentados para fazer o real digital. “Hoje o Pix já é o real digital, pois funciona  como um sistema de pagamentos”, revelou Urich. 

Para o diretor de pesquisa da Bitwise Asset Management, David Lawant, inúmeras instituições estão envolvidas com criptoativos há muito tempo. “É um movimento que está no mercado e deve se intensificar no futuro”, afirmou Lawant, que acredita também que o dinheiro privado tem que ser desestatizado. O diretor de pesquisa da Bitwise Asset Management lembrou que o dinheiro é mais antigo do que a história, e que a tendência natural é que a sociedade tenha um dinheiro que seja um fenômeno de mercado. “O Bitcoin é um super avanço neste sentido. Ele era considerado um problema técnico impossível de ser resolvido por ser uma coisa muito nova. Hoje a sua garantia de segurança vem basicamente do protocolo e mercado vê  o Bitcoin como uma alternativa de investimento importante, mesmo em um cenário de pesadas cargas tributárias”, ressaltou David Lawant.

O doutor em Direito pela UFRGS e fundador da Netspaces, Jonathan Darcie, afirmou que nos últimos 15 anos o dinheiro teve uma virada que a sociedade não estava acostumada a ver. Segundo ele, ao longo dos anos o dinheiro teve uma dimensão cultural, espiritual e privada. “Hoje temos um dinheiro público diferente do que o privado foi no passado, pobre em tecnologia. Temos um dinheiro onipresente, global e resiliente a ataques individuais e de grupos, que nos dá possibilidades grandes que antes não tínhamos”, destacou Jonathan Darcie, lembrando que o dinheiro eletrônico nasceu com o Bitcoin. “No Brasil as criptomoedas se apoiaram numa dimensão aberta no direito privado que recepciona tudo aquilo que não é proibido. Me conforta muito a ideia que nós possamos escolher as moedas privadas, mesmo em concorrência”, destacou. 

Sidney Jesus