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Pandemia faz desempenho da indústria gaúcha ter queda recorde

Fiergs espera mais recuos antes de retomada lenta e gradual

Indústria gaúcha recua 1,1% em fevereiro | Foto: Arquivo / Agência Brasil / CP

A pandemia causada pelo novo coronavírus afetou a indústria gaúcha mais do que a crise de novembro de 2008 e a greve dos caminhoneiros de 2019. É o que apontam os dados do Índice de Desempenho Industrial (IDI). Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o IDI fechou março com recuo de 10,2%. 

A queda foi recorde, de acordo com a Fiergs. Em novembro de 2008, no auge da crise financeira internacional, o IDI havia tombado 9,3%. Em maio de 2018, durante a greve dos caminhoneiros, o índice caiu 8,7%. 

As perspectivas de recuperação não são positivas, de acordo com o presidente da Fiergs, Gilberto Petry. A entidade aguarda novos recordes negativos. “Com a demanda muito fraca e com os impactos das restrições em toda sua extensão, a queda deve se intensificar em abril e novos recordes negativos devem ser observados”, comentou.

Para Petry, a recuperação será lenta e gradual. E não apenas a redução de taxa básica de juros poderá ser suficiente – ontem, o Copom reduziu a Selic para 3,00%: “Os juros baixos podem auxiliar na disponibilidade de crédito a custos mais acessíveis. Porém, somente a retomada gradual da atividade poderá evitar um agravamento da crise econômica”.  

Conforme a Fiergs, entre os componentes do IDI, dois mostraram patamares de recuo sem precedentes: as horas trabalhadas na produção (-13%) e a utilização da capacidade instalada-UCI (-7,9 pontos percentuais), que chegou 74,4% em março, atingindo o piso da série, iniciada em janeiro de 2003. O faturamento real (-7,3%) e as compras industriais (-7,9%) também registraram baixas expressivas. 

Como consequência, o emprego acabou afetado (-1,9%), no que foi a a segunda maior queda desde janeiro de 2003. Apenas a massa salarial real (2,1%) cresceu, mas por conta do pagamento de participação em lucros.

Até o início da pandemiam o IDI vinha registrando alta. No entanto, com a queda de março, o IDI fechou o primeiro trimestre com retração de 3,3% ante os primeiros três meses do ano passado. 

Menos venda de carros e mais consumo de alimentos

O recuo da atividade industrial no primeiro trimestre ocorreu na maioria das atividades analisadas pela Fiergs, com variação negativa em 10 das 17 abrangidas pela pesquisa. Máquinas e equipamentos (-10,7%) e Veículos automotores (-4,1%) foram os setores com os maiores impactos negativos para o resultado. 

Em sentido contrário, Alimentos (5,1%), Produtos de metal (3,5%), Borracha e plásticos (2,5%) e Bebidas (1,5%) trouxeram as maiores contribuições positivas.

Correio do Povo