A caderneta de poupança registrou retirada de R$ 6,2 bilhões em abril, segundo dados do BC (Banco Central) divulgados nesta sexta-feira (5). É o quarto mês consecutivo que a modalidade tem perdas líquidas. A aplicação financeira mais procurada pelos brasileiros recebeu R$ 289,2 bilhões em depósitos em abril, enquanto as retiradas feitas pelos clientes totalizaram R$ 295,5 bilhões.
Desse total, os saques superaram os depósitos no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) em R$ 5 bilhões. Já da poupança rural, as saídas foram de R$ 1,1 bilhão.
Em março, a poupança havia registrado uma perda líquida de R$ 6,087 bilhões. Em abril do ano passado, os saques líquidos somaram R$ 9,8 bilhões, sendo que o ano de 2022 terminou com um resgate total recorde de R$ 103,2 bilhões.
No ano, a poupança acumula uma perda de R$ 57,485 bilhões. O movimento de saques ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
Histórico
O movimento de retiradas ocorre em meio a um cenário de juros elevados, que reduz a competitividade da poupança frente a outros investimentos.
Com a alta da taxa básica de juros, a Selic, a aplicação tem perdido recursos. Em 2022, a caderneta também teve perdas e fechou o ano no vermelho, com mais saques que depósitos e saldo devedor de R$ 103,23 bilhões. Foi a pior captação negativa da série histórica da aplicação. Até então, a maior perda anual da poupança, de R$ 53,6 bilhões, havia ocorrido em 2015.
Atualmente, com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), hoje em 0,0828% ao mês (1% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17%). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.
R7