A cesta básica em Porto Alegre ficou 0,62% mais cara em setembro em relação a agosto, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado nesta terça-feira. O kit de alimentos essenciais custou aos consumidores R$ 327,65 no mês passado. Segundo a economista do Dieese, Daniela Sandi, o que motivou o aumento foi a elevação do preço do feijão, arroz, tomate e, principalmente, da carne. “A carne representa 40% do gasto mensal com alimentação”, justificou.
Ao todo, o valor da cesta básica consome 49,9% do salário mínimo. “Mesmo com os ganhos reais, o salário mínimo ainda está aquém do trabalhador”, avaliou a economista. O Dieese estima que para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, em setembro, seria necessário um salário mínimo de R$ 2.862,73, o que representa um valor 3,95 vezes maior do que o mínimo em vigor, de R$ 724.
A capital com a cesta básica mais cara é Florianópolis (R$340,76). Porto Alegre é a quarta com o valor mais elevado. Do outro lado, Aracaju é a capital que possui a cesta básica mais barata (R$ 233,18), no entanto, apresentou a maior variação de preço neste ano, 7,57%, seguida por Florianópolis com 6,71%.
O valor da carne aumentou em todas as capitais do País. O preço do leite e do arroz também está maior. Enquanto isso, produtos como o óleo de soja, a batata, o tomate e o feijão estão mais baratos nas maioria das cidades pesquisadas. “Os resultados revelaram um comportamento mais heterogêneo em setembro, levando em consideração que nos últimos dois meses havia ocorrido uma queda nos preços. Em outubro o valor da carne ainda deve subir, elevando o valor da cesta básica”, afirmou Daniela Sandi.
Correio do Povo