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Preços de medicamentos para hospitais sobem após 4 meses

Puxado pela alta de remédios no combate à Covid-19, índice teve alta de 1,37% em dezembro, encerrando 2020 com acúmulo de 14,36%

Presidente da Comissão relata que alguns remédios passaram de R$ 2,47 para R$ 79 | Foto: Alina Souza

Puxado pela alta de medicamentos utilizados em casos graves relacionados à Covid-19, os preços dos remédios fornecidos a hospitais voltaram a subir em dezembro após quatro meses de quedas consecutivas.

Conforme pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Bionexo (empresa de tecnologia em gestão de saúde), o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H) apresentou crescimento de 1,37% no último mês de 2020, encerrando o ano alta acumulada de 14,36%.

O resultado foi impulsionado pela variação registrada no preço médio de medicamentos atuantes no aparelho digestivo e metabolismo (+13,77%), sistema nervoso (+5,22%), sistema musculesquelético (+3,09%) e aparelho cardiovascular (+1,42%).

Esses grupos, ressaltam os pesquisadores, incluem medicamentos utilizados pelos hospitais em casos graves relacionados à covid-19, como propofol (anestésico), fentanila (analgésico) e omeprazol (distúrbios gastrointestinais).

No comparativo com outros índices de preço, a variação mensal do IPM-H superou o comportamento esperado do IPCA/IBGE de dezembro (+1,35%), bem como a inflação calculada pelo IGP-M/FGV (+0,96%).

Além disso, a elevação captada pelo índice de preço de medicamentos para hospitais também foi maior que a variação da taxa média de câmbio no mês (-5,02%).

Desde o começo da pandemia

De acordo com a pesquisa, com o último resultado, o IPM-H acumula uma alta de 12,15% desde o início da pandemia*, superando nesse horizonte temporal o IPCA/IBGE (alta acumulada de 4,04%).

Por outro lado, a variação no preço médio dos medicamentos ficou abaixo da variação acumulada do IGP-M/FGV (alta acumulada de 22,60%) e também da variação na taxa de câmbio no período (+18,53%).

O comportamento do IPM-H durante a pandemia é explicado pela elevação no preço médio observada em todos os grupos, destacando-se as variações no preço médio de medicamentos atuantes no aparelho cardiovascular (+53,61%), aparelho digestivo e metabolismo (+49,63%), sistema nervoso (+46,13%), sistema musculoesquelético (+21,37%), entre outros.

No contexto da crise sanitária e repercussões, é possível atribuir esses aumentos a um ou vários dos seguintes fatores: choque positivo da demanda das unidades de saúde, desabastecimento do mercado doméstico, elevação do dólar e do preço de insumos, entre outros fatores.

Exemplos de remédios

A pesquisa destaca ainda exemplos dos medicamentos que contribuíram para o comportamento registrado pelo IPM-H durante a pandemia da Covid-19.

Entre eles: norepinefrina (terapia cardíaca e suporte vital), fentalina (analgésico), propofol (anestésico), midazolam (hipnótico/sedativo/tranquilizante), omeprazol e pantoprazol (antiácidos utilizados no tratamento de dispepsia/úlcera gástrica e outros distúrbios gastrointestinais).

Com o encerramento do ano, o IPM-H acumulou uma alta de 14,36% em 2020. Nesse horizonte, os grupos que mais contribuíram para a forte alta do índice incluíram: aparelho digestivo e metabolismo (+69,96%), aparelho cardiovascular (+54,22%), sistema nervoso (+48,16%), sistema musculesquelético (+20,67%) e sangue e órgãos hematopoiéticos (+16,05%).

Menores variações

Em contraste, os grupos com as menores variações incluíram: agentes antineoplásicos/quimioterápicos (+1,06%), anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+3,65%), medicamentos atuantes no aparelho geniturinário (+5,81%), órgãos sensitivos (+8,23%), aparelho respiratório (+8,67%), imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+9,56%) e preparados hormonais sistêmicos (+11,45%).

Sobre a pesquisa

Os pesquisadores das instituições ressaltam que o comportamento do IPM-H não mensura o comportamento dos preços de medicamentos em farmácias, isto é, nos preços ao consumidor final (segmento varejo).

Além disso, o IPM-H não é uma medida de variação dos custos dos hospitais e/ou planos de saúde, que envolvem também gastos com equipamentos, procedimentos, materiais, recursos humanos e protocolos de tratamento/atendimento.

R7