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Especial

Talibãs não terão acesso às reservas monetárias afegãs nos Estados Unidos

Grupo ainda mantém relação importante com a Al-Qaeda

| Foto: Wakil Kohsar / AFP / CP

Os talibãs não terão acesso às reservas monetárias do Banco Central que o governo afegão mantém em contas nos Estados Unidos, afirmou uma fonte do governo Joe Biden à AFP.

"Qualquer ativo do Banco Central que o governo afegão tenha nos Estados Unidos não estará disponível para os talibãs", afirmou a fonte, depois que o Afeganistão foi tomado pelo grupo islâmico após o colapso das forças governamentais e a fuga para o exterior do presidente Ashraf Ghani.

Relação com a Al-Qaeda 

Os talibãs foram expulsos do poder há 20 anos por permitirem que a Al-Qaeda organizasse os atentados de 11 de setembro. Agora, os insurgentes, de volta ao poder em Cabul, devem adotar mais prudência, embora seus vínculos com o grupo extremista possam continuar fortes.

Quando negociaram com Washington, os talibãs prometeram que não protegeriam os combatentes da Al-Qaeda, fundada por Osama Bin Laden e responsável pelos mais graves atentados já executados contra os Estados Unidos. Mas esta promessa não convence ninguém.

"Os talibãs nunca foram sinceros sobre a ruptura de suas relações com a Al-Qaeda e nunca deveríamos ter acreditado neles", afirmou Michael Rubin, ex-funcionário do Pentágono e pesquisador do conservador American Enterprise Institute (AEI).

"Não estamos falando de dois grupos militares que cortam suas relações, e sim de irmãos ou primos", disse. "A presença dos Estados Unidos e da Otan impediu que a Al-Qaeda utilizasse o Afeganistão como um santuário. Não podiam operar livremente. Agora, todas as apostas estão abertas", completou em uma entrevista à AFP.

As relações entre os dois braços do islamismo ultrarradical são muito próximas em vários aspectos. Os pais de Sirajudin Haqani e do mulá Yaqubi, ambos altos dirigentes talibãs, estavam vinculados a Bin Laden. O líder talibã Haibatullah Akhundzada foi elogiado como "emir dos fiéis" pelo líder da Al-Qaeda, Ayman al Zawahiri, quando foi nomeado em 2016.

Edmund Fitton-Brown, coordenador da equipe da ONU responsável por monitorar o grupo Estado Islâmico, a Al-Qaeda e os talibãs, afirmou em fevereiro em uma entrevista ao canal americano NBC acreditar que a direção da Al-Qaeda seguia "sob a proteção" dos talibãs.

Mas a natureza precisa de seus vínculos ainda deve ser definida. Os talibãs não podem permitir-se cometer o mesmo erro que há 20 anos, sob risco de violentas represálias ocidentais, ou inclusive de isolamento da China ou Rússia, que muitos acreditam que reconhecerão rapidamente o novo regime.

O grupo fundado por Bin Laden também mudou profundamente nas últimas duas décadas. Com um funcionamento decentralizado, a Al-Qaeda chegou vários países do mundo, do continente africano ao sudeste da Ásia, passando pelo Oriente Médio. E, apesar do enfraquecimento de seu órgão central, o grupo ganhou agilidade e resistência. 

AFP