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"Vamos atacar o vírus, não o governo", diz Bolsonaro

Presidente lamentou "politização" da pandemia e afirmou que não vai mudar discurso nem defender lockdown para controlar a pandemia

Com ironia, o presidente chegou a dizer que adotaria a política de lockdown por 30 dias, caso esta de fato funcionasse | Foto: Marcos Corrêa / PR / Divulgação / CP

Diante da pressão para o combate à pandemia da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro pediu nesta segunda-feira que o novo coronavírus seja o foco dos "ataques" e não o seu governo. Um dia após mais de 500 economistas e banqueiros pedirem lockdown em todo o País para evitar o colapso hospitalar e como forma de recuperar a economia, Bolsonaro voltou a atacar a medida, distorcendo declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O apelo ocorre depois de pesquisas de opinião mostrarem queda na avaliação do governo quanto à atuação durante a crise sanitária. "Vamos destruir o vírus, e não atacar o governo. Não pode essa questão continuar sendo politizada em nosso Brasil", disse em evento do Palácio do Planalto.

Com ironia, o presidente chegou a dizer que adotaria a política de lockdown por 30 dias, caso esta de fato funcionasse. "Se ficar em lockdown 30 dias e acabar com o vírus eu topo, mas sabemos que não vai acabar", declarou. "Pesquisas sérias dos Estados Unidos mostram que a maior parte da população contraiu o vírus em casa", disse sem citar fontes.

Em seguida, o chefe do Executivo afirmou que só mudaria o seu discurso contra políticas de isolamento e de restrição de circulação caso fosse convencido da eficácia dessas ações. "Eu devo mudar meu discurso? Eu devo me tornar mais maleável? Eu devo ceder? Fazer igual a grande maioria está fazendo? Se me convencerem do contrário, faço, mas não me convenceram ainda. Devemos lutar é contra o vírus, e não contra o presidente", acrescentou.

A política de isolamento é uma recomendação da OMS, que a avalia como a melhor alternativa para conter a propagação do vírus. No seu discurso, contudo, Bolsonaro usou a instituição para embasar a sua defesa pessoal contra o isolamento.

Ele citou fala de David Nabarro, enviado especial da OMS, durante uma entrevista para a revista britânica The Spectator. Na entrevista original, Nabarro diz que é preciso encontrar uma forma de retomar a vida social e a atividade econômica sem que isso signifique aumento no número de casos e mortes pela Covid-19. O enviado cita que uma consequência dos fechamentos é "tornar pobres mais pobres", mas, em nenhum momento, diz para governantes não confiarem nas políticas de fechamento.

Na mesma entrevista, Nabarro afirmou que o lockdown é justificado em momentos de crise, para reorganizar os sistemas de saúde e proteger os profissionais que estão na linha de frente do combate à doença. A ideia dessa prática é "achatar a curva" de contágio, evitar a superlotação de hospitais e, depois, permitir a reabertura das economias.

"Diz então a OMS que a única consequência do lockdown é transformar as pessoas pobres em mais pobres. E alguns no Brasil querem que eu decrete lockdown, me chamam de negacionista, ou de ter um discurso agressivo", afirmou Bolsonaro depois de citar a entrevista.

Pandemia

Apesar de o País passar pelo momento mais grave da pandemia e avançar de forma lenta na vacinação, Bolsonaro elogiou o trabalho desempenhado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. "Orgulho em ter o ministro Pazuello, o trabalho que fez no tocante à vacina", disse. O chefe do Executivo citou que Marcelo Queiroga, indicado para suceder Pazuello, é um "médico experiente" e dará continuidade ao trabalho desempenhado até então na pasta agora "muito mais voltada para a questão da medicina".

O presidente ressaltou ainda as negociações do governo para a compra de imunizantes e justificou que outros países no mundo também enfrentam problemas quanto à vacinação. "Está faltando vacina? Queríamos mais, mas dentro da disponibilidade do mundo, somos realmente algo excepcional. Qual país do mundo não tem problema com vacina? Contratamos até o final do corrente ano 500 milhões de doses de vacina", disse. Ele prometeu que "daqui poucos meses" o País vai fabricar e exportar imunizantes, uma vez que tenha condições de produzir o Ingrediente Farmacêutico Ativo das imunizações.

Bolsonaro elogiou ainda a gestão do ministro Paulo Guedes, da Economia. "Em todos os demais países a economia vai indo mal, apesar da pandemia. Se não fosse a pandemia, estaríamos voando. Mas o Brasil tem feito a sua parte, tendo à frente o nosso ministro Paulo Guedes."

 

AE