"É uma iniciativa (do governo federal) demoníaca. Porque eles estão querendo empurrar (o conceito) goela abaixo das pessoas quando se coloca uma situação dessas na prova do Enem", declarou o autor da proposta, Campos Filho (DEM).O vereador considerou que o governo contrariou a Constituição Federal, a Convenção Americana de Direitos Humanos e o Plano Nacional de Educação. "Foram buscar lá Simone de Beauvoir, lá para o ano de mil trocentos e pouco um conceito que ela tinha na época, que ela falou e hoje esse pessoal aí usa (para impor a discussão de gênero)", analisou. O parlamentar ainda considera que a "maioria da população é a favor da lei da natureza. Homem nasce homem e mulher nasce mulher", concluiu.
Já o vereador contrário à moção, Paulo Bufalo (PSol), considerou que a Câmara de Campinas segue a tendência ultraconservadora do Congresso Nacional, e incentiva a violência contra a mulher. "A gente percebe que aqui (em Campinas), alguns vereadores reafirmam com muita rapidez as ideias conservadoras e atrasadas da Câmara Federal e do Senado. Não entendem que a prova do Enem abordou uma questão de produção intelectual", analisou.
Agressão
Outro episódio envolvendo Campos Filho e a discussão de gênero aconteceu no dia 29 de junho, quando a professora Carolina Figueiredo foi agredida a tapas dentro da Câmara Municipal pelo agente da Polícia Federal, Cássio Guilherme Silveira. A agressão aconteceu durante a discussão do projeto de emenda à Lei Orgânica do Município de Campos Filho que quer proibir a discussão de ideologia de gênero e orientação sexual nas escolas de
Campinas. O caso está em investigação pela polícia.
AE