Cerca de 90% das pessoas têm mais medo da violência nas escolas do que nas ruas (76%). O dado é da pesquisa “Violência nas Escolas”, realizada nos dias 9 e 10 de maio deste ano pelo Instituto DataSenado e apresentada em audiência pública na Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado. A iniciativa, do presidente da CE, senador Flávio Arns (PR), ainda informa sobre bullying, intimidação no ambiente escolar e presença da polícia para aumento da segurança.
Entre os entrevistados, 11% relataram que eles ou pessoas próximas sofreram violência escolar nos últimos 12 meses. Pela estatística, o Instituto projeta que cerca de 6,7 milhões de brasileiros foram diretamente atingidos pela violência escolar. Ainda, 22% dos entrevistados dizem ter sofrido violência no ambiente escolar em algum momento da vida; 36%, atingido por bullying em escola; e entrevistados com mais de 60 anos não relacionam bullying com violência.
A chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do Instituto de Pesquisa DataSenado, Isabela Lima Campos, argumenta que “bullying não é uma brincadeira, é ato de intimidação, é um tipo de violência. E é interessante notar que as pessoas não associam bullying à violência. A diferença entre violência percebida e violência vivida está mapeada neste comparativo”. Acrescenta que a percepção de bullying é mais frequente entre pessoas mais jovens, pois entre entrevistados de 16 a 29 anos, 52% disseram que já sofreram bullying no ambiente escolar. E entre os de 60 anos ou mais são 19%.
Para aumento da segurança, 87% dos entrevistados acham importante ter a polícia na escola para combater a violência; e mais de 90%, defendem sua presença no ambiente escolar. Para 35%, os policiais devem atuar dentro das instituições; para 31%, nas portas das escolas; e para 27%, deve haver “patrulhas constantes” nos bairros escolares.
A pesquisa serviu para subsidiar o PL 2.628/2022, relativo à proteção de crianças e adolescentes nos ambientes digitais. Para 68% dos pesquisados, só a partir de 12 anos deveria ser permitida alguma conta em rede social. E para 25%, a partir de 18 anos. Sobre saúde mental, 91%, consideram a discussão do tema “muito importante”, assim como ter profissionais de assistência social nas escolas. E 89% avaliam que a reforma dos prédios escolares é “muito importante”.
Dados da pesquisa
- Foram entrevistadas, por telefone, 2.068 pessoas, a partir de 16 anos, nos dias 9 e 10/5/23.
- 38% das mulheres; e 27% dos homens afirmaram ter recebido vídeos, mensagens ou informes sobre novas ameaças de violência nas escolas.
- 42% das pessoas acreditam que as informações recebidas eram verdadeiras. E 52%, que as advertências eram falsas.
Correio do Povo