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Verão

Especial

Pais fazem manifestação para readmitir funcionário de escola em Porto Alegre

Eduardo Antônio Divério, o Dudu, trabalha há 24 anos na instituição e foi desligado em 8 de abril

Pais protestaram contra demissão no La Salle | Foto: Fabiano do Amaral

Um grupo de quase 40 pais se reuniu em frente ao Colégio La Salle  Dores, no centro de Porto Alegre, na terça-feira (13), às 10 horas, para solicitar a reintegração do recepcionista e telefonista da escola, Eduardo Antônio Divério, o Dudu como é conhecido, desligado no dia 8 de abril. Cartazes com frases como “Volta Dudu”, “Queremos o Dudu” eram exibidos pelos pais, que também pediam em voz alta o retorno do colaborador, medida que depende de uma mudança na decisão por parte da escola. 

O grupo de pais e mestres ainda promoveu, além da manifestação presencial, um movimento nas redes sociais com a #voltadudu, criou um Instagram com essa finalidade e coletou 1.100 assinaturas de pais, ex-alunos e familiares em um documento de apoio à causa.

O funcionário atuou na escola durante 24 anos e estava há quatro para se aposentar. A mãe e uma das integrantes  do grupo de pais e mestres do La Salle Dores, Maria Júlia Marçal, conta que estudou na escola e conhece Dudu desde que ele começou, quando ela estava na primeira série no ensino fundamental. “É uma pessoa que representa acolhimento, confiança, integridade, humanidade, nos deixava seguros e felizes de entregar nossos filhos todos dias no colégio”, relata.

Ela tem três filhos matriculados na escola e disse que a tradição do La Salle Dores faz com que o estudante de ontem se torne o pai de amanhã, já que muitos ex-alunos, assim como ela, colocaram seus filhos na escola, e entende que Dudu, pelo seu histórico de conduta profissional, tem muita responsabilidade nisso. “Uma pessoa disposta que sabia o nome dos alunos, dos seus pais, dos avós, cuidava dos nossos filhos com carinho”, reforça. Maria Júlia destaca que muitos pais estão pensando se vão renovar o contrato após essa escolha da escola, que surpreendeu a todos.

Após o ato, um grupo de pais foi chamado para conversar com o diretor, um representante jurídico e mais um colaborador. “Eles disseram que não iriam nos apresentar os motivos, mas como clientes entendo que temos o direito de ser ouvidos e informados”, enfatiza. No fim da manifestação, o grupo colocou os cartazes na grade que em frente ao portão da entrada principal. A Brigada Militar compareceu ao local, mas não houve necessidade de intervenção. A reportagem fez contato com o Colégio La Salle Dores, mas a direção disse que resolveu com os pais a situação e optou por não se manifestar.  

O ex-funcionário Eduardo Antônio Divério, o Dudu, de 55 anos, disse que no dia 8 foi trabalhar normalmente, quando foi comunicado da deliberação da escola. “Agradeceram os meus anos de bons serviços prestados e disseram que minha rescisão fazia parte da redução de custos em função da pandemia”, lembra. Ainda muito abalado, ver a repercussão da comunidade escolar traz um pouco de alívio. “Eu tenho muita gratidão por todos, foi maravilhoso trabalhar ali, era minha vida”, descreve.  Divério entende que a condução do processo poderia ser de outra forma em razão dos 24 anos dedicados à escola. “Só peço, para quem não me conhecia e chegou ontem na escola, que respeitem a minha história”, afirma. Caso a escola revisse a sua determinação e convidasse Dudu para retornar ao quadro de funcionários, a resposta teria como base alguns aspectos. “Eu avaliaria a proposta, mas creio que eu voltaria, desde que não causasse problemas”, reforça.

 

Taís Teixeira