Seguindo o calendário municipal da Secretaria Municipal de Educação (Smed), os estudantes do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental puderam retornar às aulas presenciais nesta segunda-feira. No entanto, poucos alunos voltaram para as escolas em Porto Alegre. Segundo a diretora da Escola Municipal de Ensino Médio Emílio Meyer, Sônia Nunes, a adesão foi baixa no primeiro dia. “Acreditamos que o número de estudantes deve aumentar nos próximos dias”, acredita.
A escola, localizada no bairro Medianeira, atende a educação infantil, ensino fundamental do 1º ao 5º ano, ensino médio e curso de habilitação para professores da educação infantil. Hoje, o local abriu para os estudantes do 3º ao 5º ano do ensino fundamental de forma gradual e escalonada. A soma das crianças da educação infantil com as do 1º ao 5º ano gira em torno de 300 alunos.
As séries do 3° ao 5° ano do Ensino Fundamental têm 12.715 alunos matriculados em escolas municipais de Porto Alegre. A nova faixa etária vai se juntar às 32 mil crianças, que ingressaram no ensino presencial desde o dia 29 de abril. Na próxima segunda-feira, 17, será a vez dos alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental retornarem presencialmente. No total, as escolas do município têm 14.519 alunos matriculados neste grupo.
Rede estadual
Conforme a previsão de retorno dos grupos estabelecidos pelo calendário da rede estadual, os alunos do primeiro ano do ensino médio também voltaram hoje às aulas presenciais. Segundo a secretaria estadual de Educação, Raquel Teixeira, 100 mil alunos estão matriculados nessa série e devem retornar ao ensino presencial de forma gradual e escalonada. Porém, alguns optaram por não receberem ainda os estudantes.
Foi o caso do Colégio Estadual Protásio Alves, no bairro Azenha, que oferece vagas para o ensino médio e curso técnico. A vice-diretora do turno da tarde, Mariett Cabral, afirmou que cada local tem as suas particularidades e que o colégio ainda está em fase de organização para receber cerca de 700 alunos do primeiro ano do ensino médio. “O nosso maior problema é que temos um funcionário do Estado para limpar quatro andares, o que dificulta a manutenção da limpeza da escola”, explica.
Desde o dia 3 de maio, funcionários terceirizados deveriam engrossar a equipe de limpeza e preparo de merendas, mas a falta de concessão de vale transporte para o deslocamento pode se transformar em um entrave. “A merendeira está pagando para trabalhar e não disponibilizaram vale transporte desde o dia 3”, relata Mariett e acrescenta que a funcionária tem feito também a higienização da escola pela falta de pessoal.
Insegurança
Os pais ou responsáveis precisam assinar um termo de responsabilidade para que o filho possa assistir às aulas presencialmente. Até o momento, a adesão está baixa. “Acredito que em torno de 30% devem retornar, os pais estão inseguros”, ressalta a vice-diretora.
A auxiliar de laboratório, Lutiane Marconatto da Silva, apoia o retorno do filho de 15 anos, que está no primeiro ano, às aulas presenciais. “Todos temos receio, mas o ensino remoto é difícil, e eu não me lembro muito bem do conteúdo para a ajudar mais”, entende a Lutiane, que é ex-aluna do Protásio Alves.
As aulas seguirão o rodízio semanal, alternando os grupos no sistema híbrido, uma semana com aula presencial e outra com aula online. A escola não deu previsão de retorno, mas garantiu que somente abrirá as portas quando o ambiente estiver adequado aos protocolos sanitários.
Já o Colégio Estadual Paraná, no bairro Cristal, também iniciou as aulas nesta segunda-feira. Com 90 alunos matriculados no primeiro ano do ensino médio (47 no turno da manhã e 43 no turno da tarde), poucos alunos compareceram. “Agora de manhã, vieram 15 alunos do primeiro ano”, conta a diretora Cátia Vargas de Alencar. A gestora esclarece que tem dois funcionários para limpar dois prédios e fez solicitação de mais trabalhadores. “Pedi mais dois funcionários para manter o espaço escolar limpo e seguro”, enfatiza.
No dia 12, devem voltar os alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio, e no dia 13, é a vez dos estudantes do Ensino Técnico e Curso Normal.
Taís Teixeira