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Servidores entregam dossiê com denúncias de interferência no Inep

Texto com 36 páginas foi entregue às comissões de educação do Congresso, ao Tribunal de Contas e Controladoria Geral da União

Inep registrou 280.145 inscrições de isentos que não compareceram ao Enem 2020 | Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil / CP

A  Associação de Servidores do Inep (Assinep) reuniu em um documento de 36 páginas denúncias de assédio moral e interferências ideológica no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O texto foi encaminhado a órgãos de controle na sexta-feira (19).

 O documento foi entregue a oito órgãos e instâncias: Comissão de Educação da Câmara do Deputados, Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal, Frente Parlamentar Mista da Educação, Frente Servir Brasil, Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União, Ouvidoria do Inep e Comissão de Ética do Inep.

Entre as denúncias, os servidores relatam uma "possível intervenção e risco ao sigilo" na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, marcada para os dois próximos domingos (dias 21 e 28).

O documento reúne "depoimentos de servidores indicam pressão política oriunda da presidência do órgão para retirada de questões, sem motivo idôneo, como relatado na imprensa".

A Assinep sugere que haja uma investigação para determinar se houve acesso de pessoas estranhas ao processo de montagem da prova e se existiu pedido de retirada de questões.

No documento, os servidores também destacam que o "Inep vive uma crise política sem precedentes, com perseguição aos servidores, assédio moral, uso político-ideológico da instituição pelo MEC e pela falta de comando técnico no planejamento dos seus principais exames, avaliações e censos."

Os funcionários também denunciam clima de "insegurança e medo" no Inep gerado pela gestão do atual presidente, Danilo Dupas. 

Crise no Inep

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu na última sexta-feira (19) investigação para apurar possíveis irregularidades no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) após demissão em massa de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os servidores alegaram  falta gestão e assédio moral.

A decisão do TCU foi tomada após um grupo de deputados federais ter se reunido com a ministra Ana Arraes para pedir a saída do presidente do Inep, Danilo Dupas. O tribunal deve analisar a solicitação dos deputados, e a relatoria é do ministro Walton Alencar Rodrigues.

Na quarta-feira passada, a DPU (Defensoria Pública da União) ajuizou uma ação pedindo que o Inep apresentasse provas de que o Enem será realizado em segurança e sem risco de provas após a demissão de 37 funcionários do Inep, responsável pela realização do exame. No entanto, a Justiça Federal extinguiu a ação.

Um grupo de deputados federais solicitou ao MPF (Ministério Público Federal) para abrir uma investigação após as denúncias de assédio e interferência ideológica nas provas do Enem.

Tanto o Senado como a Câmara dos Deputados criaram comissões especiais para acompanhar a crise no Inep, principalmente após a debandada de funcionários e denúncias das últimas semanas. Os grupos de trabalho devem ouvir os funcionários para entender o que aconteceu no Inep, se houve interferência do governo na produção das provas e os motivos para um agente da polícia federal entrar no local seguro durante a montagem do exame.

Entenda a Crise

Duas semanas antes da realização do Enem, 37 funcionários pediram demissão do Inep. Em carta, eles alegaram "assédio moral" e falta de gestão técnica do presidente do instituto, Danilo Dupas.

Em audiência na Câmara dos deputados, Dupas afirmou que o Enem seria realizado e afirmou que "a crise no Inep era uma questão interna". O ministro da Educação, Milton Ribeiro, reforçou a realização do exame, sem, no entanto, explicar as demissões no Inep.

No início desta semana, o presidente Jair Bolsonaro, durante visita aos Emirados Árabes Unidos, declarou que o Enem "começa agora a ter a cara do governo". Tanto o vice-presidente Hamilton Mourão como o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negaram qualquer tipo de interferência do governo na montagem das provas. Bolsonaro também negou que já tenha visto a prova, mas afirmou que o Enem era "ativismo político e comportamental".

Funcionários denunciaram a interferência ideológica do MEC na montagem do exame, assim como a retirada de questões das provas. Milton Ribeiro compareceu voluntariamente a uma reunião da Comissão de Educação da Câmara dos deputados e reafirmou que não houve interferência na montagem do Enem, mas confirmou a presença de um agente da polícia federal na área segura do Inep argumentando ser "um procedimento comum para segurança". 

Após a declaração, o documento sobre a visita do agente nas dependências do Inep foi colocado em sigilo.

R7