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Alta de internações nas UTIs indica subnotificação de casos, avalia pesquisador da Ufrgs

Álvaro Krüger Ramos alerta para o ritmo das hospitalizações não acompanhar o de novas infecções confirmadas em Porto Alegre

Taxa de ocupação na rede hospital superou os 92% | Foto: Mauro Schaefer

Com alta taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), o momento da pandemia da Covid-19 em Porto Alegre é crítico e também atípico, na avaliação do doutor em matemática e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Álvaro Krüger Ramos. Segundo o pesquisador, o crescimento de novas hospitalizações não está acompanhado  - ou foi antecedido - por um aumento no número de novos casos nos dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o que pode indicar uma maior subnotificação, com o vírus tornando-se "mais invisível e menos monitorado". Atualmente, a Capital tem 6.097 casos ativos e 319 pacientes em tratamento na rede hospitalar. 

"Até a semana passada, o número de casos estava caindo. Nesta semana, as internações avançaram de forma contundente e os casos não acompanharam. Acredito que estamos num período com maior subnotificação, ainda que com dados represados, mas estamos identificando menos casos. Ou seja, os dados novos já não refletem mais a realidade", avaliou. O professor acredita que a queda no número de testes realizados também tem influência: "De novembro até dezembro, fazíamos em média 2.000 PCRs por dia. Trazendo para um momento mais atual e com dados consolidados, este número era menor do que mil há duas semanas atrás", explicou. 

Ramos avalia que este crescimento atual é recente, e por isso, ainda não é possível indicar se a aceleração seguirá ou irá estabilizar. "Eu vejo, claramente, que estamos passando por um terceiro período de aceleração nas UTIs e ele está bem no começo. Estamos próximos do patamar do pior momento da pandemia e em crescimento. Este movimento de avanço pode seguir ou estabilizar. Se ele seguir, temos grande chance de sobrecarregar o sistema de saúde", alertou. Ele também entende que será preciso compreender como os dados se comportarão com o retorno dos veranistas e uma circulação maior na cidade. 

Nos últimos dias, a média móvel de internações apresentou uma aceleração notória, conforme o pesquisador. "Saímos de um patamar de 272 para 300 em sete dias. É um crescimento de 10% numa só semana. Isto acompanhado de um crescimento nos casos suspeitos. Há sete dias atrás, 22, nesta quinta, são 52. É preocupante. Principalmente pela ocupação atual de 92% e vários hospitais operando com 100% da capacidade".

Ele também chama atenção para o avanço dos casos de Covid-19 em enfermarias. Com 455 paciente no boletim mais recente, o patamar está próximo dos momentos mais críticos da pandemia, em agosto e julho, quando a média se aproximava de 465. "Em 7 de fevereiro, eram 255. Um crescimento de 78% em dez dias. A enfermaria é a porta de entrada para os leitos de UTI". 

Vítor Figueiró