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Especial

Artigo: Cores de Salvador estão mais apagadas após acidente com lancha

Assunto é constante na cidade e provoca reflexão: "poderia ser com qualquer um"

Acidente com lancha deixou pelo menos 18 mortos | Foto: Lucio Tavora / AFP / CP
“Boa viagem, que o Nosso Senhor Jesus Cristo lhe abençoe”, disse-me, com olhar sincero, um fiscal do píer de Morro de São Paulo, minutos antes de eu embarcar em uma lancha rápida. Não igual, mas de classificação idêntica à embarcação “Cavalo Marinho I”, que adernou na véspera, fazendo com que pelo menos 18 pessoas morressem.

A tragédia da manhã dessa quinta-feira na Baía de Todos os Santos causa uma comoção generalizada não só em Salvador, mas nas cidades próximas e conectadas com o mar. Talvez seja exagero dizer que os baianos estão em luto, porém é fato que o tradicional sorriso e bom humor estão um pouco mais contidos. É um sinal de respeito, mas também de uma reflexão: poderia ser com qualquer um ali.

O assunto é constante, seja onde for. “Uma tragédia assim acontece porque acham que a segurança é garantida com os coletes (salva-vidas) na parte de cima do barco”, sentenciou um senhor na ilha da Itaparica – onde fica Mar Grande, de onde partiu a lancha acidentada. “A glória de Deus salvou pessoas”, garantiu a missionária dentro de um ferry boat sobre uma mesma baía. “Não dava para ficar todo mundo num lado só da lancha”, assegurou um trabalhador de píer.

Numa leve comparação, as travessias pela baía estão para os soteropolitanos como são os itinerários de ônibus para os moradores da região Metropolitana de Porto Alegre. É algo corriqueiro a praticamente toda a população. E às vezes perigoso, afinal, se eles não estavam com colete salva-vidas, quem usaria cinto de segurança no transporte coletivo, se tivesse?

Agora, as autoridades avaliam causas e buscam responsáveis. O Ministério Público da Bahia criou uma força-tarefa e lembrou que, em 2007 e 2014, ajuizou ações acerca de irregularidades no transporte de passageiros. Desde então, conforme o MP, as ações aguardam decisão judicial.

Tiago Medina