Quatro dos 60 cães do Canil estão em treinamento para trabalhar com os 94 moradores da Asan. O fisioterapeuta e adestrador André Fröhlich explica que a escolha ocorre com base no perfil dos animais. “Cães mais ativos aprendem truques com mais facilidade. Os mais calmos são ótimos para socialização.” Fröhlich conta com o suporte do fisioterapeuta da Secretaria Municipal da Saúde, Lucas Correa.
O adestramento ocorre semanalmente, no Canil. Conforme Fröhlich, que atua como voluntário no projeto, a cão-terapia ajuda também os animais, que criam condições de superar traumas. “Alguns não saíam da caixinha de jeito nenhum, como por exemplo a Branquinha. Hoje, ela permite carinho e, na medida em que vai ganhando confiança, interage com as pessoas.” Além da Branquinha, fazem parte do projeto o Pingo, a Flopi e o Véio. “A ideia é que todos os cães passem pelo adestramento, o que facilitaria muito o processo de adoção”, afirma a chefe de divisão do Canil, Bruna Molz.
Após etapa de sociabilidade, em que os idosos levam os cães para passear, fazem carinho e brincam, terá início a fisioterapia. De acordo com Fröhlich, que coordena o curso de extensão Terapia Assistida por Cães, em Novo Hamburgo, é possível direcionar o treinamento dos cachorros para tratamento de idosos ou crianças. “No asilo, é uma troca muito bonita de carinho, pois assim como muitos cães foram vítimas de maus-tratos, muitos idosos também foram abandonados pelas suas famílias.”
Para a enfermeira da Associação, Márcia Freitas, a cão-terapia possibilita inovar a rotina dos asilados sem sair do espaço da Asan. “É uma forma de trazer alegria para eles e aproximá-los dos animais”, afirma.
Correio do Povo