Thiane Nunes, integrante do Partido Animais, disse que sem a certeza de que os animais estão com tuberculose é inaceitável diante da legislação de proteção à fauna de que os tutores dos animais tenham o direito de requerer o abate alegando falta de recursos. “Falta de recurso de uma empresa que tem capital social de R$ 2,5 milhões?”, questionou.
Thiane afirmou ainda que é sensível às dificuldades dos órgãos de fiscalização, mas salientiou que o Ibama, a Fundação Municipal de Meio Ambiente (FMMA) de Gravataí, o governo do Estado e o Ministério Público Federal (MPF) poderiam ter mudado a realidade de abandono dos animais criado pelos proprietários do Pampas Safari. O local foi fechado no final do ano passado.
Um termo pedindo providências foi lido na frente do prédio do Ibama. Entre os pedidos feitos pelos manifestantes, está o de providências para os órgãos competentes como FMMA, governo do Estado e Ministérios Públicos Estadual e Federal. O grupo pediu ainda que seja formada em 48 horas uma comissão para analisar o tema e que os proprietários do Pampas Safari tornem público uma cópia do livro do plantel de animais desde 2013, quando o local foi interditado.
Outro pedido é que seja firmado um termo de compromisso com o parque no qual conste a perda integral da área como compensação ambiental pelos danos patrimoniais e morais. Os ativistas pediram ainda que o Pampas Safari seja transformado em um santuário.
O médico veterinário do Ibama Paulo Wagner desceu do prédio e atendeu os manifestantes. Wagner disse que entende a preocupação dos ativistas, mas afirmou que o Ibama apenas cumpre a lei. “O ativismo é legítimo. Entendemos toda a questão, mas o que temos que colocar é que o Ibama cumpre a lei. Quero reiterar que não foi o Ibama que solicitou o abate dos animais. Ao instituto cumpre preservar a biodiversidade, especialmente a fauna silvestre nativa. O parque encerrou suas atividades no ano passado e os proprietários disseram que não podiam mais manter a estrutura”, acrescentou.
A deputada Regina Becker Fortunati (Rede) disse que ação na justiça foi necessária em função da falta de informação sobre o processo. “Ninguém assumiu a responsabilidade pela eutanásia dos cervos. Queremos impedir a morte de outros animais”, explicou.
Regina Becker informou ainda que já protocolou junto à superintendência do Ibama e nas secretarias estaduais do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e da Agricultura Pecuária e Irrigação, ofícios, solicitando a cópia integral dos processos administrativos que tramitaram nos respectivos órgãos, e que culminaram na autorização para o abate dos animais. “É importante que os órgãos competentes esclareçam, de imediato, se todos os animais que compõe o Pampas Safari foram submetidos aos testes de tuberculose, antes de serem sentenciados de morte. Não vou hesitar em buscar todas as respostas necessárias para elucidação dos fatos”, esclareceu.
Cláudio Isaías