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Especial

Aumenta necessidade de recursos para melhorar rodovias gaúchas

Pesquisa da CNT aponta piora nas condições das rodovias brasileiras no último ano

RS-020 é uma das rodovias com pior avaliação pela pesquisa da CNT | Foto: Mauro Schaefer

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e pelo SEST SENAT aponta piora nas condições das rodovias brasileiras no último ano. Conforme o estudo, apresentado nesta terça-feira, o estado geral da malha rodoviária apresenta problemas em 59% da extensão dos trechos avaliados. No país, seriam necessários R$ 38,6 bilhões para reconstrução e restauração das rodovias brasileiras. No Rio Grande do Sul, o cenário se repete, com a maioria das rodovias avaliadas (59,3%) como regular, ruim e péssima. Para mudar essa situação e evitar reflexos nos custos do transporte, segundo a CNT, seriam necessários R$ 4,89 bilhões para realizar serviços de restauração e reconstrução, consideradas ações emergenciais, dos 8,9 mil quilômetros da malha gaúcha.

Além disso, para manutenção de 3,8 mil quilômetros, seria preciso investir mais R$ 1,16 bilhão, totalizando R$ 6 bilhões apenas em obras de recuperação. Duas rodovias gaúchas se destacam negativamente na pesquisa: a RS 466, no km 7, em Canela, e a RS-640, no km 65, em Rosário do Sul, cujos trechos estão em péssimo estado de conservação. A pesquisa aponta ainda que o RS figura na lista das 10 piores ligações rodoviárias: na BR 158 (Santana do Livramento) e nas RS-241 e RS-640 (São Vicente do Sul). O levantamento - que avaliou as condições de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais pavimentados - revela que o número de pontos críticos ao longo dos mais de 108 mil quilômetros pesquisados no país aumentou 75,6%, passando de 454, em 2018, para 797, em 2019.

A pesquisa mostra que 17 rodovias, entre as quais as ERSs 020 e ERS 030, estradas que conectam a Capital ao Litoral Norte, foram avaliadas como ruim, e outras 29 como regular. Conforme o levantamento, a malha rodoviária gaúcha apresenta quase 10% do total, com 78 pontos críticos. O RS é o terceiro estado com maior número de pontos críticos, ficando atrás somente do Maranhão, com 213, e do Ceará, com 106.

Dos 639 trechos com buracos grandes no país, 69 estão localizados em rodovias gaúchas. Coordenador de Estatística e Pesquisa da CNT, Jefferson Cristiano explica que os pesquisadores observaram piora no estado da maioria das rodovias. "A gente percebeu aumento muito grande de buracos grandes. Não é algo que aconteceu agora, o buraco grande é algo que já vem de um longo período de baixo investimento. A partir do momento que não teve intervenção no momento certo, o resultado é a formação de um buraco grande", destaca.

Cristiano alerta que no ano passado o levantamento apontava a necessidade de investimentos de R$ 2,4 bilhões nas rodovias gaúchas - metade do apontado na pesquisa atual. "Como não foram feitos investimentos necessários, a tendência é piorar e aumentar o número de pontos críticos", frisa.  A pesquisa aponta que 52% da malha rodoviária federal gaúcha - de um total de 5,7 mil quilômetros - é avaliada como ótima ou boa.

Em contrapartida, dos 3 mil quilômetros de rodovias estaduais, 81% são considerados péssimo, ruim ou regular. Conforme a pesquisa, o custo total dos acidentes em rodovias federais no estado, em 2018, foi de R$ 581 milhões. O levantamento também aponta que 49% do pavimento avaliado é considerado péssimo, ruim ou regular. A pesquisa revela que a sinalização é considerada péssima, ruim ou regular em 52,5% da extensão avaliada.

De acordo com o levantamento, as inadequações do pavimento resultaram em uma elevação do custo operacional do transporte em torno de 28,5%, em média, no país, com destaque para a região norte, que registrou aumento de 38,5%. 

Resposta da Secretaria de Logística e Transportes

Reconhecemos que o Estado ainda tem muito o que avançar para desenvolver sua infraestrutura rodoviária. O reflexo disso é sentido por toda a sociedade. No entanto, estamos trabalhando com foco e seriedade para implantar as melhorias necessárias.

Apesar da difícil situação financeira que o Rio Grande do Sul enfrenta, conseguimos disponibilizar R$ 301 milhões este ano para melhorias em estradas, sendo R$ 170 milhões do Tesouro para pavimentação e recuperação de vias no interior e R$ 131 milhões financiados pelo BNDES para concluir a duplicação da ERS-118, na Região Metropolitana.

Diante desse cenário desafiador, precisamos de criatividade, inovação e, principalmente, parcerias. Já demos início ao processo de concessão de duas das principais rodovias da malha estadual, a RSC-287, entre Tabaí e Santa Maria; e a ERS-324, entre Nova Prata e Passo Fundo. Além disso, estamos buscando, junto à bancada federal gaúcha, recursos de emendas parlamentares para concluir acessos municipais, e firmamos termos de cooperação com municípios, para que as prefeituras realizem obras de melhorias em estradas, com a devida fiscalização do Estado.

Todas essas iniciativas são soluções para avançarmos em busca do crescimento e da competitividade do Rio Grande do Sul, apesar desse cenário de crise.

Felipe Samuel