Os índices de mortalidade da doença também caíram no período. Em 2008, foram 4.735 óbitos e em 2007, 4.823. Ao anunciar a estatística, Barreira admitiu que, apesar da queda, os números apresentados pelo País ainda são bastante significativos, principalmente quando se leva em conta que a tuberculose é uma doença tratável.
O coordenador observa que a maior dificuldade é a adesão da população ao tratamento. A estimativa é de que 8% dos pacientes abandonem a terapia. Parte dessa desistência é atribuída ao esquema usado até o ano passado, que combinava três medicamentos.
Na estratégia, era preciso que o paciente tomasse até 9 cápsulas diariamente. Em 2009, o País adotou uma quarta droga. "A partir de outubro, o número de cápsulas foi drasticamente reduzido, para 3 ou 4." Com a mudança, disse, a expectativa é a de que haja uma redução importante no abandono da terapia.
Barreira atribui a melhoria dos números apresentados pelo País à expansão da cobertura do tratamento monitorado, por meio do qual pacientes são acompanhados por profissionais de saúde. Atualmente, sete Estados apresentam esse tipo de trabalho: Rio Grande do Sul, Amazonas, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Sergipe e Rondônia. Nos demais Estados, equipes estão sendo treinadas para realizar o acompanhamento.
Incidência
Os dados apresentados hoje pelo coordenador mostram que as maiores incidências da doença estão nos Estados do Rio (68,64 casos por 100 mil habitantes), Amazonas (67,88 por 100 mil habitantes), Pernambuco (47,6 por 100 mil habitantes) e Pará (43,72 por 100 mil habitantes).
A incidência entre homens é o dobro do que entre mulheres. Atualmente, o porcentual de cura da tuberculose é de 73%. A meta do programa é chegar a 85%, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde.Transmitida pelo bacilo de Koch, a tuberculose atinge vários órgãos do corpo, mais comumente os pulmões. Os principais sintomas são tosse por mais de três semanas, cansaço, emagrecimento, febre e suor noturnos. De acordo com dados apresentados hoje, 73% dos pacientes com a doença tem no máximo oito anos de estudo - 8,8% são analfabetos.Uma das maiores preocupações é o índice de co-infecção de tuberculose com aids. De acordo com o coordenador, 8,8% dos pacientes apresentam as duas doenças. A tuberculose é a principal causa de morte de pacientes com aids.
AE