Ele disse que, embora ferido, se atirou no rio para escapar da fúria dos homens que o agrediam. Foi socorrido por estranhos que o levaram para um hospital. Agora, não quer mais saber de voltar para o Suriname. "Não quero mais passar por aquilo. Foi horrível", desabafou.
Outro paraense, o também garimpeiro Antonio José Oliveira, 24 anos, enfrentou um dos piores momentos de sua vida. Ele e outros trinta brasileiros, como Reginaldo Serra, também paraense que estava no voo da FAB, escaparam de ser mortos por marrons durante os distúrbios. Todos fugiram e se embrenharam numa floresta da região, onde passaram a noite escondidos até que os ânimos se acalmassem e o Exército daquele país restabelecesse a ordem na cidade.
Oliveira contou que a fuga para a mata foi um "gesto desesperado". Sem comida e na escuridão, os brasileiros deixaram a floresta somente as 10h do dia seguinte, quando o Exército já havia dominado a situação. "Tinha gente batendo e jogando brasileiros na água. Caí no rio e ajudei o pessoal que não sabia nadar".
AE