Eles informaram, também, que não se veem obras por ali há pelo menos quatro meses. Um dos maiores buracos estava sinalizado e, conforme a Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb), foi consertada a parte cloacal na própria quarta-feira, pelo Dmae. Os restantes são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim). A Seção de Fiscalização de Passeios Públicos da pasta efetua a fiscalização nos logradouros da cidade.
Conforme a administração, o Centro Histórico possui um tratamento diferenciado em locais tombados pelo patrimônio histórico e onde há tubulações subterrâneas, casos que necessitam de autorização prévia para o diagnóstico, manutenção e conservação. “Nas áreas onde há calçadões, como na Rua da Praia, José Montaury e Vigário José Inácio, a conservação é responsabilidade da Divisão de Conservação de Vias Urbanas da secretaria. Na quinta-feira, equipes realizaram manutenção na Andradas, próximo à Borges de Medeiros”, informa, por meio de nota, a Smin.
A aposentada Maria Aparecida, 71 anos, relatou como é difícil driblar os obstáculos diariamente no centro de Porto Alegre. “Tem buraco de todo o tamanho e o pior é que eles aparecem e a gente não vê, acaba caindo ou torcendo o pé. Uma vizinha precisou ser socorrida porque teve uma lesão”, enfatizou. Segundo ela, esse cenário não é ruim apenas para os idosos, mas para todos os usuários.
“As pedras soltas são outro problema. Quando chove, a água acumula e elas ficam ainda mais perigosas”, acrescentou. O problema relatado por Maria é o mesmo apontado pela estudante Mariana Cardoso, 21. “Eu e meus amigos estávamos caminhado quando pisamos mal numa dessas soltas, nos sujamos e meu amigo ficou com a roupa molhada para ir à escola”, contou.
Na altura do número 1.190 da Andradas, o percurso apresenta uma série de buracos no concreto, pedregulhos soltos e lajotas ausentes. Deficiente visual, o autônomo Vilson Antônio de Borba, 56, andava com atenção, ontem, no local. Desviando de ambulantes e de pessoas apressadas, ele se queixou dos problemas que enfrenta. “Aqui eu já sei que existem buracos com seis ou oito meses de existência. A prefeitura não conserta, felizmente nunca caí porque as pessoas são solidárias e me ajudam”, concluiu.
Prefeitura afirma notificar proprietários
A Seção de Fiscalização de Passeios Públicos da Smim fiscaliza e notifica os proprietários para manutenção das calçadas da cidade. A responsabilidade pela manutenção, segundo a Smim, é do proprietário, a qualquer título. No caso do Centro Histórico, nas áreas dos calçadões, a manutenção é feita pela prefeitura.
A Smim informa que está reestruturando o setor de passeios públicos, com a integração de novos agentes para monitorar e atender com mais eficiência e rapidez. A pasta também está finalizando novo programa, que integra o projeto de reestruturação. O canal de reclamações, demandas e sugestões é o serviço 156.
Franceli Stefani