Esta última medida foi descartada em nota técnica assinada no dia 1º de novembro pela Secretaria Estadual de Saúde juntamente com a Sociedade Brasileira de Urologia (seccional estadual), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a Faculdade de Medicina e o Telessaúde da Ufrgs. No documento, que dá as diretrizes de como o Estado trata a questão, ficou estabelecido que o governo não disponibiliza o amplo rastreamento e apenas indica quando os homens devem procurar a prevenção.
Na ocasião, o secretário de Saúde João Gabbardo afirmou que, pelos estudos consultados pelo governo, as entidades haviam entrado em consenso de que a prevenção do câncer de próstata em larga escala seria arriscada e pouco eficaz, além de representar um custo significativo. Isso porque as alterações apresentadas nos exames de detecção da doença, feitos através de toque retal e dosagem de PSA, levariam os pacientes a se submeterem a biópsias, muitas vezes sem necessidade. E este exame, por sua vez, apresenta riscos de infecção e até de disfunção erétil.
Mas apenas as prevenções iniciais - o toque e o teste de dosagem de PSA, um hormônio produzido pela próstata e que pode se alterar em caso de câncer - não têm perigo algum. O exame de toque dura apenas três segundos e o de PSA exige apenas uma amostra de sangue. É por isso que o idealizador do Inprós, o médico urologista Marcos Ferreira disse que o instituto tem visão diferente da adotada pelo Estado, que, segundo ele, visa apenas a redução de recursos.
Mesmo assim, Ferreira afirma que os custos de um amplo rastreamento não seriam elevados. De acordo com ele, um exame de dosagem de PSA custa apenas R$ 16,00 e, caso um paciente tenha alterações, a detecção e tratamento inteiro não passam de R$ 2 mil. Ele ainda comenta que, a cada 49 homens, um apresenta a doença, que, se tratada, tem 95% de chances de cura.
Durante a atividade deste domingo, o Instituto reuniu associados, apoiadores e membros da sociedade civil para uma caminhada de conscientização pelo Parque Farroupilha. A recomendação - esta não só da entidade, mas geral -, é de que homens com fator de risco procurem os serviços de saúde a partir dos 45 anos. Por grupo de risco entende-se aqueles que sejam de raça negra ou cujo pai ou irmão já tiveram câncer de próstata. Já quem não pertence a este grupo, deve se prevenir a partir dos 50 anos.
A Caminhada dos Vitoriosos nasceu inspirada Caminhada das Vitoriosas, realizada em alusão à prevenção do câncer de mama. Já o Inpró é um instituto sem fins lucrativos fundado oficialmente em 2007 e que se dedica às questões de saúde do homem.
Henrique Massaro