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Verão

Especial

Caminhada pelo Dia da Mulher em Porto Alegre protesta contra retirada de direitos

Ao menos 600 pessoas ligadas ao MST e movimentos femininos participaram de manifestação

Caminhada pelo Dia da Mulher em Porto Alegre protesta contra retirada de direitos | Foto: Guilherme Testa

* Com informações do repórter Cláudio Isaías


As mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina realizaram uma manifestação em Porto Alegre em homenagem ao Dia Internacional da Mulher e contra a retirada de direitos sociais. O grupo se concentrou próximo da Estação Rodoviária, por volta das 8h, antes de percorrer diversos trechos da região central da cidade. A caminhada  durou cerca de uma hora pelas ruas da Capital e reuniu mais de 700 pessoas que criticaram a violência contra a mulher, a reforma da Previdência e a Trabalhista e os governos do presidente da República, Michel Temer, do governador José Ivo Sartori e do prefeito Nelson Marchezan Júnior.

Durante a caminhada pela avenida Mauá, as mulheres exibiam diversas faixas de movimentos feministas e políticos. Além de cartazes pedindo o fim da violência doméstica e a legalização do aborto, algumas faixas queriam o retorno da ex-presidente da República, Dilma Rousseff. O protesto das mulheres bloqueou totalmente a avenida Mauá o que resultou em trânsito lento e muito congestionado em diversos pontos da cidade, como a avenida da Legalidade e da Democracia, Túnel da Conceição e avenida Osvaldo Aranha, no sentido bairro/Centro. As três pistas da avenida Mauá, que foram ocupadas pelos manifestantes, foram liberadas, somente às 9h25min para a circulação dos veículos e ônibus.


Em seguida, os manifestantes protestaram na frente da prefeitura de Porto Alegre onde pediram a saída do prefeito Nelson Marchezan Júnior. Ele foi chamado de "vampirão neoliberalista" e acusado pelos manifestantes de querer privatizar empresas como a Carris, o Dmae e a Procempa. No cruzamento da avenida Borges de Medeiros com a rua Sete de Setembro, um grupo de militantes realizou um ato para denunciar a violência contra a mulher. No asfalto, elas escreveram que 871 feminicídios ocorreram no Brasil no período de 1º de janeiro a 7 de março de 2018. Em seguida, as mulheres, sempre acompanhadas pela Brigada Militar e pelos agentes da EPTC, seguiram com a manifestação pela avenida Borges de Medeiros e pela rua Jerônimo Coelho. Elas chegaram ao Palácio Piratini por volta das 10h. Um forte esquema de segurança foi montado no local pela Brigada Militar, com a presença do Pelotão de Operações Especiais do 9º BPM e da Cavalaria, para impedir a uma possível ocupação da sede do governo estadual. Depois do protesto na Praça da Matriz, as mulheres decidiram se dirigir até a sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF 4), na rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, no bairro Praia de Belas, contra a criminalização dos movimentos sociais, a seletividade da justiça brasileira e o auxílio-moradia do juízes.  No entanto, a Brigada Militar não permitiu que os manifestantes chegassem até a frente do tribunal. Como foram impedidos de protestar na frente do TRF 4, a direção do MST decidiu montar acampamento e almoçar no Parque da Harmonia.

Sílvia Marques, uma das coordenadoras nacionais do MST, disse que o Dia Internacional da Mulher é um momento de reafirmação do processo de luta e resistência das mulheres  camponesas e urbanas em defesa da soberania do país e em defesa da classe trabalhadora. "O dia é muito especial porque aqui têm homens e mulheres que estão na luta por um país melhor. O dia 8 de março é um marco histórico e seguiremos com a resistência até conquistarmos todos os direitos”, ressaltou.

Já a diretora do Simpa, Luciane Pereira, afirmou que o Brasil vive hoje um grande retrocesso com ataques por parte do governo federal aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. A vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/RS), Silvana Conti, ressaltou que as mulheres realizam a luta em defesa da democracia, da soberania e dos direitos da mulher desde a Marcha das Margaridas e da Marcha das Mulheres Negras.

"O 8 de março representa que as mulheres precisam estar em espaços de poder e tem que ter o nosso trabalho valorizado. Estamos na rua porque as reformas da Previdência e Trabalhista atingem diretamente as mulheres negras e as trabalhadoras rurais", acrescentou. 


Caminhada tomou avenida Mauá no Centro de Porto Alegre / Foto: Guilherme Testa 
 

Correio do Povo