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Especial

Cinco militares e quatro cães do RS trabalham nos resgates de Brumadinho

Grupo relata dificuldades do trabalho no terreno complexo após o deslizamento

Cães ajudam a identificar locais de possíveis vítimas soterradas pelo olfato | Foto: Bombeiros / Divulgação CP

Um drone, cerca de 70 máquinas, além de oito cães farejadores e 19 frentes de trabalho atuam na área atingida pelo rompimento da barragem da Mineradora Vale, em Brumadinho, na região Metropolitana de Minas Gerais, no dia 25 de janeiro. Bombeiros e voluntários de todo Brasil atuam na busca de corpos na área. Entre eles, cinco militares gaúchos, acompanhados de quatro cães farejadores, estão na localidade desde a semana passada. Três homens de Santa Maria e dois de Porto Alegre viajaram em um avião da Força Área Brasileira (FAB).

De acordo com dados divulgados pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, coronel César Eduardo Bonfanti, a equipe deverá permanecer no local, ao menos, até o dia 11 de março. Sob o comandando do tenente Ivan Flores da Rosa, as equipes atuam diariamente na área onde cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro foram parar no rio Paraopeba, que passa pela região. A lama segue por uma área de 3,6 quilômetros.

As dificuldades são sentidas na pele. É o que revela o terceiro sargento do Corpo de Bombeiros Militar, Gerson Meireles dos Santos, que atua com o cão Bono nas buscas na área em que os dejetos da barragem varreram tudo o que havia pela frente. A estrutura era de porte médio e estava desativada, mesmo com o risco avaliado como baixo, havia dano potencial alto, em caso de acidente. "Nós somos divididos em grupos. A equipe que possui o homem com o cão, assume a frente. A hora que o animal indica e que seu condutor identifica que ali provavelmente existe o odor residual causado por cadáver, inicia-se o processo de escavação”, explica. De acordo com ele, dependendo da circunstância, existe o apoio de maquinários – como retroescavadeiras.

Até o fim da tarde de quarta-feira, 150 corpos haviam sido encontrados. Desse total, 134 foram identificados, de acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas. Há ainda 182 desaparecidos. Nesta quinta-feira, as buscas focaram na área drenada da usina de Instalação de Tratamento de Minério (ITM) – onde ocorreram os resgates na terça-feira, dia 5. Nem mesmo enquanto as atenções do povo brasileiro se voltavam para o Carnaval, os agentes pararam as buscas, que foram feitas a pé e com a ajuda dos cães farejadores.
No domingo, por exemplo, foram encontradas quatro partes de corpos, em locais diferentes. “É assim que está funcionando. O serviço dos cães está sendo o carro-chefe e fazendo com que seja possível localizar as pessoas que estão desaparecidas”, comenta.

A instabilidade do solo gera dificuldades no trabalho. “Há muita lama e a área é gigantesca. O ambiente é pesado, mas todos estão dedicados ao máximo na busca pelos corpos.” Além do comandante, o tenente Ivan, e do sargento Meireles, estão em solo mineiro o segundo sargento Alex Sandro Teixeira Brum, com o cão Guapo, os soldados Vagner Charão Lago, com Logan e Juliano Soares Sodré, com  Barão.

Meireles lembra que a área mais complexa que trabalhou, antes de Brumadinho, foi um soterramento na cidade de Igrejinha, no Vale do Sinos, quando sete pessoas morreram. Na ocasião, em 23 de abril de 2011, um deslizamento de terras, devido à chuva forte, soterrou pelo menos seis casas. As residências sumiram em meio a toneladas de lama. Morreram, Leandro Pereira, a irmã dele, Jozelena Pereira de Lima, além de outras cinco pessoas, Marli Teresinha Jardim, o casal Iraci Pereira e Fernando Leite de Lima, o filho deles Rafael Pereira de Lima e Joshuan Daniel de Oliveira de Lima.
 

Franceli Stefani