Quem deixou para comprar presentes e ingredientes para a ceia na véspera de Natal, em Porto Alegre, precisou de muita paciência. Milhares de gaúchos lotaram estacionamentos de shoppings e supermercados em busca de uma lembrança ou do pernil para compor a mesa da ceia. Durante todo o dia, o que se viu nos principais supermercados e shoppings da cidade foi uma cena que se repete ano após ano: longas filas em caixas e irritação de clientes e funcionários.
Mas quem optou por um local fora do roteiro habitual da maioria da população na véspera do Natal – o Mercado Público – conseguiu adquirir produtos para a ceia sem enfrentar tumulto ou filas para pagar a compra. Como na véspera da celebração da data a maioria da população recorre a grandes centros comerciais, aqueles que se deslocaram ao Centro Histórico conseguiram fazer compras sem maiores problemas. A aposentada Galdina da Graças Santos Furtado, 71, enfrentou o calor de mais de 30ºC para levar ingredientes para a ceia: pernil, salsichão e farofa.
Acompanhada da filha Juliana, 32, estudante de psicologia, ela deixou para comprar os produtos na última hora. "É tranquilo comprar aqui, não tem tumulto", afirma. Com a experiência de quem frequenta o local há uma década, Juliana acredita que o movimento fraco no Mercado Público é devido a debandada da população para o Litoral Norte. "A impressão é de que a maioria do pessoal não está em Porto Alegre, foi para a praia. Por isso aqui não está lotado", observa.
Com sacolas cheias e um sorriso de felicidade por conseguir comprar os últimos presentes para a família, a aposentada Elaine Maria Mendes da Silva justifica a aquisição de lembranças e presentes na véspera com um argumento simples. "Vim fazer compras na última hora porque o dinheiro chegou hoje", destaca. Acompanhada da filha Rosana Beatriz, que levava mais uma sacola, Elaine carregava uma sacola com carne e linguiça para churrasco. "Todo mundo vai ser contemplado com presente e churrasco", garante.
Felipe Samuel