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Covid: por que crianças recebem doses menores de vacina? Entenda

Grupo tem mesma resposta imune com menos antígeno e, com isso, diminuem efeitos colaterais causados por imunizantes

| Foto: David Ryder / Getty Images / AFP / CP

Os Estados Unidos começaram a vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, na última quarta-feira (3), após a liberação do imunizante da Pfizer pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC). Diferente dos outros grupos, essa faixa etária vai receber uma dose de princípio ativo equivalente a pouco mais de 30% da quantidade recebida pelas pessoas acima dos 12 anos.

O infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lembra que outras vacinas têm dosagem pediátrica menores devido ao sistema imune das crianças.  "A formulação pediátrica das vacinas ela contém menos concentração do antígeno, a resposta imune das crianças é mais rigorosa e o sistema imunológico mais jovem funciona melhor. Em geral, com menos quantidade de vacinas, às vezes menos doses, às vezes com doses de concentração reduzida, conseguimos o mesmo efeito protetor de doses maiores ou mais concentradas", conta Kfouri.

O coordenador do teste clínico da vacina da Pfizer, Cristiano Zerbini explica, ainda, que foi levada em consideração a diminuição dos efeitos colaterais do imunizante. "Na primeira fase dos estudos da vacina, o princípio ativo foi usado em dose menor para evitar uma série de efeitos colaterais que às vezes acontecem depois da aplicação da vacina, como febre, um pouco de dor de cabeça, calafrios, às vezes, um pouco de diarreia, nos sete primeiros dias após a aplicação da vacina", diz Zerbini.

Kfouri acrescenta: "Além de economicamente ser melhor, já gasta menos produto para vacinar do mesmo jeito. A outra vantagem é aumentar ainda mais o grau de segurança dessa vacina e trabalhar com efeitos colaterais de menor frequência e de menor intensidade", ressalta ele.

Segundo Cristiano Zerbini, as crianças devem receber três doses da vacina, sendo a segunda 21 dias após a primeira e a terceira seis meses depois da segunda. "Essa é a programação atual, mas o futuro vai nos dizer que a imunização deverá ser anual, ou em quanto tempo deverá ser dada outra vacina", lembra o médico.  

A Pfizer ainda vai apresentar os resultados do ensaio clínico para crianças abaixo do cinco anos nos próximos dias, e nesse grupo, a dose de princípio ativo vai ser de 3 microgramas do produto, 1/10 da quantidade recebida pelos jovens e adultos.  

No Brasil, a farmacêutica norte-americana pretende pedir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a liberação do imunizante para as crianças acima dos 5 anos, neste mês. "Eu tenho a impressão que vamos começar a vacinar as crianças a partir de 2022. Claro, que se der para fazer antes, é ainda melhor", afirma Cristiano Zerbini. 

"É uma questão de meses e semanas para conseguirmos vacinar as crianças no Brasil", concorda o infectologista da SBIm

Chegou a hora das crianças

Imunizar as crianças tem se tornado ainda mais importante, principalmente após a volta das atividades escolares sem distanciamento social. "A inclusão dessa faixa etária vai proteger as crianças de uma forma geral e vai permitir que elas fiquem mais livres. Os pais podem ficar tranquilos porque a vacina é muito segura e possíveis pequenos efeitos adversos que podem ocorrer em qualquer pessoa, nos sete primeiros dias após a aplicação", ressalta o coordenador do estudo da Pfizer no Brasil. 

Kfouri observa que as mortes de crianças e adolescentes por Covid no Brasil chegam a 2.400 e não podem ser negligenciadas. "Ficou no imaginário das pessoas que as crianças não precisariam da vacina. Mas, não é isso, as crianças precisariam ser as últimas, depois dos adultos. As mortes por Covid nessa faixa etária representa mais do que todas as doenças preveníveis por vacinação juntas. Chegou a vez de vacinar as crianças", finaliza o infectologista.

R7