Segundo o presidente do Cremers, Fernando Weber Mattos, a situação encontrada é pior do que na última vistoria do órgão ao HPS, realizada há dois anos. “Muito pouca coisa foi resolvida. Tensionamos, agora, fazer uma cobrança mais forte, porque não vamos ficar coniventes quando encontramos um retrato piorado daquilo que havia há dois anos”, afirmou o médico, que percorreu os diversos setores do prédio por mais de duas horas. A imprensa não pode ingressar no local.
Conforme o Cremers, o HPS atualmente não conta com cirurgiões pediátricos, endoscopistas e neuropediatras, além de apresentar um número insuficiente de enfermeiros, técnicos de enfermagem, clínicos-gerais, emergencistas e traumatologistas. “Vamos dizer que uma pessoa se engasgue com um caroço”, exemplifica Mattos. “Se ela não for para um hospital que tenha esses recursos, ou em hospitais particulares, a coisa complica, porque o HPS não dispõe de endoscopista”, constatou.
Iniciada em 2011, a reforma em andamento no HPS está concentrada na ampliação da emergência do hospital. De acordo com o presidente do Cremers, são nítidas as “condições precárias” para o trabalho. “O problema é que com essas obras houve uma modificação muito grande do fluxo de atendimento dos pacientes e do direcionamento de um lugar para o outro, porque algumas obras bloquearam esse direcionamento”, acrescentou.
Mais hospitais serão vistoriados
A visita ao HPS dá início a uma série de vistorias que o conselho pretende realizar nas próximas semanas. Seis hospitais municipais estão no roteiro, além de unidades básicas, unidades de pronto atendimento e Programas de Agentes Comunitários (PACs). A próxima visita ocorre nesta quinta-feira. “Visitaremos todos para ter, mais tardar até o final de novembro, a visão geral da saúde hospitalar de Porto Alegre”, observou. Em uma próxima etapa, os hospitais federais também serão vistoriados. “Começamos com o HPS porque ele é um centro de referência de trauma para todo o Estado”, explicou Mattos. “Ele é sinônimo de emergência, então a pessoa que chega aqui tem que ser atendida rapidamente, com presteza e sem perder tempo.”
Danton Júnior / Correio do Povo