Instalados no dia 23 de março, as tendas de triagem para casos suspeitos do novo coronavírus em Porto Alegre, tem recebido cada vez mais pacientes conforme o leque de suspeitos cresce. Enquanto no início eram atendidos nesses locais apenas pessoas que viajaram para o exterior ou tivessem tido contato com viajantes, agora todos os casos com sintomas respiratórios são suspeitos desde que a contaminação passou a ser comunitária.
São seis estruturas montadas em frente ao pronto atendimentos Cruzeiro do Sul, Bom Jesus, Lomba do Pinheiro, nos hospitais Restinga Extremo Sul, Vila Nova e Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. No local, os pacientes passam por uma triagem, e nos casos de falta de ar são encaminhados para a internação.
Enfermeira na tenda de triagem do Hospital Vila Nova, Roberta Barbosa da Silveira, diz que o atendimento cresceu, embora ainda exista um certo temor em relação ao acesso no local. “O pessoal está meio receoso de vir na tenda, acho que um pouco de medo, mas o atendimento já cresceu e vai aumentar ainda mais”.
Roberta demonstra preocupação com a chegada do frio a tendência é que essa alta seja ainda maior. “O atendimento está aumentando gradativamente, e com a chegada o inverno deve acontecer ainda mais”. Além de atender os pacientes em Porto Alegre, a enfermeira também atua no atendimento pelo telefone 111, prestado pelo Ministério da Saúde. Através dele os profissionais dão as orientações sobre como os pacientes devem agir.
Segundo Roberta, o que tem chamado atenção é o grande número de pessoas que apresenta falta de ar em todo país. Estes casos são encaminhados imediatamente para internação. “Tem muitos pacientes com dispneia (falta de ar) e esse quadro deve se agravar entre maio e junho, especialmente no Rio Grande do Sul”, projeta ela levando em conta a questão da baixa temperatura.
Com as tendas de atendimento a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tenta evitar que pessoas com sintomas gripais circulem pelos hospitais. Nelas os enfermeiros e técnicos usam proteção extra, para evitar o contágio, e fazem com que os hospitais não fiquem superlotados. Roberta avalia que o atendimento nas tendas tem ajudado nesse sentido, preservando os profissionais dentro do hospital e prestando o auxílio necessário para que não haja superlotação. Para evitar aglomerações nas tendas o atendimento é diferente, com orientações para que os pacientes não sentem um ao lado do outro, mantendo o espaçamento.
•• Atendimentos (durante todos os dias de operação)
• Pronto Atendimento Bom Jesus = 748 atendimentos
• Pronto Atendimento Lomba do Pinheiro = 462 atendimentos
• Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul = 818 atendimentos
Eduardo Amaral